O 'hat-trick' marcado ao FC Barcelona, em 21 de janeiro, num dos jogos mais espetaculares a que o Estádio da Luz assistiu nos últimos anos, marcou o ponto de viragem: o Benfica até perdeu por 5-4, na sétima jornada da Liga dos Campeões, mas o grego recuperou a veia goleadora demonstrada nos Países Baixos.
Quando os 'encarnados' pagaram 18 milhões de euros (acrescidos de dois em função de objetivos predefinidos) pelo melhor marcador da liga neerlandesa, em igualdade com Luuk de Jong, autor de impressionantes 29 golos em 34 partidas, as expectativas eram as mais altas.
O início da aventura do internacional grego em Lisboa não correspondeu às credenciais que trazia do futebol neerlandês e rapidamente se instalou a desconfiança entre os adeptos benfiquistas, ultrapassada, com muitos golos e algumas assistências, apenas depois da entrada em 2025.
A primeira desilusão surgiu logo na estreia na I Liga, em Famalicão, num jogo em que foi totalista e incapaz de evitar a derrota por 2-0, quando o Benfica ainda era orientado pelo treinador alemão Roger Schmidt, substituído por Bruno Lage após a quarta jornada.
Pavlidis, de 26 anos, tinha marcado um único golo, em quatro encontros no campeonato, e não se pode dizer que a chegada do técnico português tenha reacendido a chama do avançado, que faturou apenas mais seis vezes nos 20 jogos seguintes, até ao fim de 2024, em todas as competições.
O novo ano não trouxe imediatamente os golos que o grego procurava, mas, após cinco partidas em janeiro novamente em branco, eles surgiram em dose tripla perante um dos adversários menos prováveis, apesar das fragilidades defensivas evidenciadas esta época pelo Barcelona.
Se o prolongado jejum estava relacionado com a falta de confiança, Pavlidis não poderia ter escolhido melhor adversário para a recuperar com um 'hat-trick', e parece ter sido exatamente isso que aconteceu, com o ponta de lança a iniciar um período particularmente fértil.
O avançado grego tinha festejado apenas sete vezes, em 29 encontros (média inferior a 0,25 por jogo), mas marcou 21 golos nos 21 desafios seguintes, contabilizando o embate com o colosso espanhol, e disparou para a respeitabilíssima média de um tento por partida.
Naquele ciclo, destacou-se novo 'hat-trick', na goleada por 4-1 alcançada pelo Benfica no estádio do FC Porto, glos importantes marcados na Liga dos Campeões a Juventus e Mónaco, tendo 'bisado' duas vezes, perante Moreirense e Vitória de Guimarães, com algumas assistências pelo caminho.
O reencontro com os golos permitiu a Pavlidis subir ao segundo lugar da lista de melhores marcadores da I Liga, em igualdade com o espanhol Samu, do FC Porto, ambos com 18 remates certeiros, ainda que nenhum deles fique bem numa comparação com o sueco Viktor Gyökeres.
O avançado do Sporting já marcou 38 golos no campeonato, em 31 jogos, mais do dobro de Pavlidis -- que participou em 32 encontros --, mas falta ainda escrever o capítulo mais importante, quando o Benfica receber o rival lisboeta na 33.ª e penúltima jornada, e o grego poderá ter algumas linhas a acrescentar à sua história.
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