Debbie Hewitt, presidente da Federação inglesa, foi uma das testemunhas ouvidas pela FIFA no 'caso Rubiales', acusando o agora antigo presidente da RFEF de ser "desagradável e desnecessariamente agressivo", ao mesmo tempo que descreveu duas situações específicas que envolveram duas jogadoras inglesas, que decorreram precisamente na mesma noite do polémico beijo a Jenni Hermoso, em plena cerimónia de entrega de medalhas após a final do Mundial Feminino.
Segundo explica FIFA, no relatório publicado na quarta-feira, Hewitt deu a sua versão dos factos daquilo que presenciou após a vitória de Espanha na final contra Inglaterra e afirmou que Rubiales "acariciou o rosto" de Laura Coombs, ao mesmo tempo que "beijou com força" Lucy Bronze "no rosto". Ambas as situações foram vistas com "estranheza" e deixaram as duas jogadores desconfortáveis.
Sobre o caso de Jenni Hermoso, a comissão da FIFA entende que Rubiales "insultou publicamente todos aqueles que viram este incidente de forma diferente", ao afirmar que foi "um beijo entre dois amigos comemorando algo", e chamou-lhes "idiotas e estúpidos".
Sublinha ainda que "o arguido utilizou a sua posição de presidente da RFEF de forma agressiva e totalmente inadequada para publicar - em nome da RFEF - declarações com citações da jogadora que não foram escritas ou autorizadas por ela, e emitiu, através de um comunicado oficial, uma declaração (que foi posteriormente excluída) a ameaçar a jogadora (entre outros) com uma ação legal".
Além disso, a Comissão salienta que Rubiales utilizou a assembleia geral da RFEF "como um fórum para se defender e distorcer a realidade do beijo a seu favor" e que "não poderia ignorar o impacto da atuação dos arguidos na saúde mental e na carreira da jogadora", tendo esta última sublinhado que ainda se sente "verdadeiramente humilhada por tudo o que aconteceu e pela exposição mediática e escrutínio público a que ela e sua família foram submetidas".
A Comissão lembra que Hermoso "tem estado em contato com os psicólogos do Clube Pachuca, bem como com um psicólogo de sua confiança".
Em conclusão, a FIFA diz estar firmemente convencida de que o arguido, pelo seu comportamento, trouxe descrédito ao desporto futebol e/ou à FIFA a nível mundial, e como tal as sanções que lhe foram impostas refletem todas as circunstâncias agravantes acima mencionadas".
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