Leo Messi quis juntar-se a Pep Guardiola no Manchester City no verão de 2020, quando rebentou a crise entre o argentino e a direção do Barcelona presidida por Josep Maria Bartomeu, que se cristalizou no envio de um burofax pelo avançado argentino a pedir a sua saída de Camp Nou.
É assim que o jornalista Martí Perarnau o explica no seu livro "God Save Pep". Uma obra em que, como lhe é habitual, o autor combina um conhecimento profundo com uma narrativa ágil para relatar os sete anos de Pep Guardiola ao leme do Manchester City, tal como já tinha feito em 'Herr Pep' e 'Pep Guardiola. A metamorfose'.
No capítulo intitulado "Eu só quero quebrá-lo", o autor situa a ação em agosto de 2020. "Uma mensagem de WhatsApp de Sergio Agüero fez soar o alarme no clube: 'Tem cuidado, podem acontecer duas coisas. Leo perguntou-me quanto tempo Pep tem de contrato com o City'.
Guardiola regressava a Manchester depois de ter sido derrotado pelo Olympique de Lyon na Liga dos Campeões 2019/20, durante a final em Lisboa, na qual o Barça sofreu uma dolorosa derrota por 2-8 frente ao Bayern de Munique, alguns dias antes, a 14 de agosto. Tudo isto no contexto de um mundo condicionado pela pandemia de Covid-19 e pelas restrições que lhe estão associadas.
Foi então que Pep voltou a ler a mensagem, embora não tenha podido avaliar a sua dimensão quando aterrou no aeroporto de El Prat, em Barcelona, e recebeu ele próprio outra mensagem: "Olá Pep, como estás?É do próprio Leo Messi, que, magoado com a humilhação em Lisboa, "tomou a sua decisão. Vai-se embora. E quer saber se pode voltar a encontrar o seu mestre. Ele tomou a iniciativa".
Martí Perarnau explica que, no dia seguinte, teve lugar uma reunião em casa de Guardiola, em Barcelona, a segunda desde que o treinador deixou o Barça, em 2012. E foi nessa altura que o argentino lhe transmitiu o seu desejo de voltar a jogar sob as suas ordens."Treinador, eu só quero quebrar isto", disse o argentino.
Messi contou ao treinador do Manchester City as suas divergências com a direção do Barça e, em particular, com o então presidente Josep Maria Bartomeu, por quem se sentiu "enganado e traído". "Chove muito em Manchester", respondeu Pep, antes de conversar durante horas sobre o assunto.
Guardiola sublinhou estar disposto a prolongar o seu contrato com o City se o negócio se concretizar, que seria liderado por Ferran Soriano, diretor executivo do clube de Manchester, e Jorge Messi, pai e agente do jogador. O principal obstáculo é o facto de faltar um ano de contrato com o Barça, que está protegido por uma cláusula de 750 milhões de euros.
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