José Shaffer, antigo jogador do Benfica, concedeu esta sexta-feira uma extensa entrevista ao jornal argentino TN, na qual passou em revista a passagem ao serviço do Benfica e o início de carreira muito difícil.
Shaffer, que agora treina nos escalões inferiores do Racing Avellaneda, recordou o jogo de estreia pela equipa principal deste clube argentino. Um início de carreira marcado por muitas dificuldades.
"Senti-me feliz, mas não foi fácil. Tinha 22 anos quando joguei a Promoção, senti muita pressão. Ainda por cima, vivia num talho abandonado em Bernal, nem sequer dormia bem e passava muito frio", começou por dizer Shaffer.
"Nos dias de jogo ia para o clube no autocarro 247. Viajava com os adeptos, que me apoiavam porque era um miúdo do clube. Adorava as concentrações, pois era o único momento em que tinha quatro refeições", acrescentou.
Já depois da mudança para o Benfica, Shaffer compartilhou balneário com o também argentino Pablo Aimar. O ex-defesa recordou os ensinamentos que o antigo camisola 10 dos encarnados lhe passou.
"[No Benfica] fui colega de equipa de Pablo Aimar, o melhor jogador com quem atuei. Podia ter um mau jogo, mas ganhava-o com a sua inteligência. (...) Uma vez disse-me 'quando fores treinador, forma os miúdos, os resultados não importam: perder por 5 ou 6 não é tão importante como aquilo que eles aprendem", atirou Shaffer.
"Adoro formar os miúdos. O meu objetivo é que valorizem o lugar que têm e poder dar-lhes um pouco do que aprendi no futebol. Sinto-me um privilegiado, por isso digo aos miúdos para valorizarem o que têm. Desde o acompanhamento até à comida, porque nem tudo é fácil no futebol", vincou.
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