Antony recorda vida difícil na favela: "Driblava os traficantes..."

Avançado do Manchester United confessa que o futebol lhe salvou a vida e que nunca irá mudar a sua forma de jogar.

Manchester United v Sheriff Tiraspol: Group E - UEFA Europa League

© Getty Images

Notícias ao Minuto
16/11/2022 10:55 ‧ 16/11/2022 por Notícias ao Minuto

Desporto

Antony

O avançado do Manchester United Antony concedeu esta quarta-feira uma entrevista ao The Players Tribune, na qual recordou o início de vida difícil que teve no Brasil antes de se mudar para a Europa.

O jogador, de 22 anos, cresceu na favela do 'Inferninho', na zona norte de São Paulo, contando que cresceu entre armas, delinquentes, mafiosos e traficantes.

"Nasci no inferno. Não é uma brincadeira. Os meus amigos europeus não sabem, mas eu na realidade cresci numa favela que se chama 'Inferninho'. Se queres entender-me como pessoa, então tens de perceber como sou. A minha história. As minhas raizes. O 'Inferninho'", começou por escrever Antony.

"A bola salvou-me. Driblar sempre foi algo dentro de mim. Um instinto natural. E eu não me intimidava. Eu driblava os traficantes. Dava elástico nos bandidos, chapéu nos motoristas de autocarro, 'canetava' os ladrões. Uma vez, na minha caminhada para a escola, quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, encontrei um homem deitado no beco. Só que ele não estava se mexendo. Quando me aproximei, percebi que ele estava morto. Não havia outro caminho a seguir, e eu tinha que ir para a escola. Então, eu só fechei meus olhos e pulei o cadáver. Não estou a contar isto para parecer duro. Era apenas a minha realidade", recordou o internacional brasileiro, que contou ainda que passou fome por diversas vezes.

"Todos os dias depois da escola, eu ia para o clube com o estômago vazio. Às vezes, se fosse num dia bom, eu e meus companheiros de equipe fazíamos uma vaquinha para comprar uma bolacha para a viagem de autocarro de volta para casa. Eu não tinha que fingir estar com fome de motivação. A fome era real. Eu era tão magro, mas sempre jogava com 'sangue nos olhos'. Se você fala com os média, eles sempre perguntam sobre os seus sonhos. A Champions League? A Copa do Mundo? A Bola de Ouro? Mas esses não são sonhos. São objetivos. O meu único sonho era tirar os meus pais da favela. Não tinha plano B. Eu ia conseguir ou morrer a tentar", vincou.

Sobre as recentes críticas de que tem sido alvo por causa do estilo de jogo, Antony garantiu que nunca irá mudar a forma de jogar.

"Se pensam que sou um palhaço, então não percebem a minha história. A arte de Ronaldinho, de Cristiano Ronaldo e Neymar inspirou-me quando era criança. Vi esses deuses jogar com internet roubada. Depois, ia para relvados de cimento tentar imitar a sua genialidade. Só quero sentir alegria quando tenho a bola nos pés. Nasci para fintar. Faz parte das minhas raízes. É um dom que me tirou da favela para o Teatro dos Sonhos. Nunca vou mudar a minha forma de jogar, porque não é o meu estilo, mas aquilo que sou. Faz parte de mim. Faz parte da história dos brasileiros", finalizou.

Leia Também: "Antony? O brasileiro sempre foi assim. Fazer golos, dançar e sorrir"

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