Esta é para a história... gloriosa: As notas do Maccabi Haifa-Benfica

As águias alcançaram o topo do Grupo H da Liga dos Campeões a um mísero minuto do apito final do jogo. O apuramento em primeiro lugar parecia já uma miragem até João Mário inventar um golo de levantar um estádio e meia. Com o sorteio dos 'oitavos' à porta, já há uma certeza: ao Benfica não calha a fava.

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© Getty Images

Tiago Antunes
03/11/2022 07:19 ‧ 03/11/2022 por Tiago Antunes

Desporto

Análise

O Benfica foi protagonista de uma das maiores noites europeias da atual temporada. Ainda a lutar pela liderança do Grupo H da Liga dos Campeões, os encarnados foram a Israel na quarta-feira defrontar o Maccabi Haifa, um jogo que, apesar do resultado volumoso de 6-1, chegou a ser renhido e até perigoso para o Benfica.

O conjunto israelita teve momentos de ascensão na partida, aos quais o Benfica nem sempre conseguiu responder com sucesso. Ainda assim, a noite estava apelativa para uma exibição histórica e foi isso que o clube da Luz acabou por fazer.

O intervalo terá sido um dos pontos de viragem, no qual Schmidt acertou pequenos pormenores que garantiram que as águias chegariam aos seis golos na partida. Com todos esses golos, o Benfica conseguiu igualar o PSG no número de golos marcados na Ligas dos Campeões, mas bateu os franceses no critério dos golos fora de portas. 

Por trás dos seis golos esteve o trabalho de sacrifício de um grupo que, depois de perder duas peças importantes desde cedo, Gonçalo Ramos e Aursnes, teve de dar corda aos sapatos para garantir o objetivo. O Benfica conseguiu a liderança do grupo, a sua primeira vitória de sempre em Israel, a maior vitória de sempre fora de portas na Liga dos Campeões, bateu o recorde de jogos sem perder na prova, somando agora 11, igualou o FC Porto com três fases de grupos sem perder e voltou a marcar seis golos num jogo da Liga milionária passados 24 anos. Nem nos maiores contos de fadas.

Posto isto, veja as notas.

A figura

Nova exibição de luxo de Rafa Silva. Ainda que em esforço, depois de ter sofrido uma entrada mais dura cedo na partida, o avançado do Benfica completou 82 minutos da partida com grande nota. Assinou ainda o seu nome na lista de marcadores e foi uma peça importante para a equipa em vários processos de jogo. Grande temporada do português.

A surpresa

Depois de errar, tinha de se redimir. Bah ficou inevitavelmente associado pela negativa ao golo do Maccabi Haifa na partida, ao ter colocado a mão no caminho da bola. A falha do dinamarquês resultou numa grande penalidade que Chery não desperdiçou. O intervalo terá sido a chave para Bah, que melhorou muito na segunda parte, esteve melhor no plano defensivo e foi destaque no plano ofensivo, com um cruzamento milimétrico para o golo de Musa.

A desilusão

A um homem de área, pede-se mais faro de golo. Pierrot não mostrou tal. O avançado haitiano já leva nove golos apontados nesta temporada, cinco deles na qualificação para a Liga dos Campeões. No entanto, na fase de grupos não apontou um único golo, revelando algumas dificuldades para mirar a baliza adversária. Nesta partida, apesar de ter lutado pela bola com os defesas do Benfica, não criou situações de perigo e chegou a estar desaparecido. Saiu aos 77 minutos sem deixar saudades.

Os treinadores

Barak Bakhar

Não havia muito mais a fazer. A equipa entrou destemida na partida, com vontade de se impôr, já que tinha um grande objetivo em mente: a chegada ao playoff de acesso à Liga Europa. Sempre dependente da exibição da Juventus, tal como o Benfica estava dependente do PSG, o Maccabi foi sempre em busca de um resultado mais equilibrado e que pudesse levá-lo a concretizar os objetivo. Contudo, quando se joga contra uma equipa que não perdeu qualquer um dos 23 jogos já disputados nesta época, a tarefa fica difícil.

Roger Schmidt

E soma mais uma. O Benfica segue imparável e o 'Schmidtball', por muito que o técnico alemão não goste da expressão, é cada vez mais uma realidade. As águias jogam bom futebol, estão num grande momento anímico e, por consequência, exibicional. Vários jogadores que não tiveram vida fácil num passado recente na Luz são hoje as caras da equipa e o trabalho passa muito pelas mãos de Schmidt, que deu nova vida ao Benfica. Com o primeiro lugar do Grupo H da Liga dos Campeões e também da I Liga, é possível dizer que o alemão teve um início de aventura no Benfica 'de comer e chorar por mais'.

O árbitro

Poucos lances polémicos para ajuizar, por isso, poucos erros de Anthony Taylor. Tomou a decisão certa ao assinalar grande penalidade para o Maccabi Haifa e não errou até ao final do encontro.

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