Renato Paiva elege dois "momentos decisivos" no êxito do Independiente

A alteração de sistema tático e a aquisição de futebolistas experientes significaram "momentos decisivos" no inédito título de campeão equatoriano do Independiente del Valle, guiado pelo treinador português Renato Paiva.

Notícia

© Getty Images

Lusa
26/12/2021 10:30 ‧ 26/12/2021 por Lusa

Desporto

Renato Paiva

"O primeiro momento foi após a segunda derrota, quando alterei de '4-3-3' para '3-5-2' e, depois, para '3-4-3'. Se não faço isso, já estaria em Portugal. O '4-3-3' não iria funcionar com estes jogadores, daí os dois desaires e os cinco golos sofridos em desequilíbrios e contra-ataques. Depois, no mercado de verão, em julho, trazer cinco atletas experientes para uma equipa com muito jovens", enquadrou à agência Lusa o técnico, de 51 anos.

Fundados em 1963, os 'negriazul' venceram a Liga do Equador em 12 de dezembro, ao empatar 1-1 na visita ao estádio do Emelec, segundo clube mais titulado, com 14 cetros, menos dois face ao Barcelona, na segunda mão da final, após o triunfo caseiro por 3-1.

"Disse aos diretores que, para chegar às decisões, tínhamos de ter jogadores habituados a jogar finais e jogos grandes. Por isso, precisávamos de contratar, porque só os miúdos não chegavam. Trouxemos cinco jogadores, incluindo o Jonathan Bauman, que já era o melhor marcador da prova [terminou com 26 golos]. Gente habituada a ser campeã no Equador e a jogar no estrangeiro, que deu mais qualidade e equilíbrio ao plantel", notou.

O Independiente del Valle alcançou pela segunda vez a final do campeonato, graças ao primeiro lugar na segunda fase, com 34 pontos, em 15 jornadas, para defrontar o seu 'carrasco' na decisão de 2013, que tinha dominado a fase inicial com idêntico registo.

"Na penúltima jornada, recebemos o Emelec e vencemos 3-2. Podia ter sido por cinco ou seis, não fosse a falta de eficácia. A partir daí, começámos a sentir alguma superioridade no nosso jogo em relação ao rival. Agora, claro que é um grande clube e nada tem a ver com o Independiente, que é um bocado o Sporting de Braga do Equador e está muito atrás de LDU Quito, Barcelona e Emelec em história, orçamento e adeptos", lembrou.

Os pupilos de Renato Paiva chegaram à final numa "super forma individual e coletiva" e adiantaram-se no duelo de Sangolquí, com dois golos de Junior Sornoza, aos 22 e 53 minutos, de penálti, e um do argentino Jonatan Bauman, aos 74, enquanto o uruguaio Sebastián Rodríguez marcou, também de grande penalidade, para o Emelec, aos 90+9.

Uma semana depois, em Guaiaquil, o argentino Richard Schunke marcou logo aos oito minutos, ampliando a vantagem dos 'negriazul' no agregado das duas mãos, que jamais seria beliscada pelo golo do empate dos 'eléctricos', autoria de Dixon Arroyo, aos 45+8.

"O 3-1 deixou a final em aberto e levou-nos para um estádio do género do Bessa, com 50.000 pessoas em cima. Um ambiente brutal e absolutamente extraordinário. Não se calaram um minuto, mesmo quando marcámos primeiro. Preparámos muito os jogadores para esse ambiente, que os tais experientes que contratámos já conheciam", descreveu.

O jogo no Estádio George Capwell foi disputado "debaixo de um dilúvio e dentro de uma piscina", levando Renato Piava a acreditar na sua interrupção ao intervalo, em contraste com as intenções da organização, que viu a segunda parte começar após longo atraso.

"Ao ver aquelas condições, disse aos jogadores: 'meus amigos, esqueçam tudo o que trabalhámos. O adversário também vai esquecer tudo o que trabalhou e só nos poderá fazer mal de uma maneira, que é despejar bolas para a área. Por isso, controlo individual dos adversários na área e da profundidade e cuidado com as bolas paradas'", partilhou.

Os dois golos surgiram através de pontapés de cantos e o Emelec ainda viu Sebastián Rodríguez atirar da marca de penálti para defesa de Moisés Ramirez, aos 35 minutos, mesmo que o iminente êxito do Independiente del Valle fosse uma "questão de tempo".

"Ao longo destes dias, a palavra que mais ouvi, e que as pessoas fazem questão de dizer em português, foi obrigado. Os adeptos falam muitas vezes com lágrimas na cara e aí percebes a dimensão daquilo que conseguiste. Quando alguém na vida te agradece, é porque fizeste algo bem. Não há dúvida de que hoje vou com mais dificuldade ao centro comercial ou ao restaurante, porque andava aqui tranquilamente no início", reconheceu.

Grato pela "confiança e coragem" dos dirigentes num técnico "com pouca experiência a nível profissional", Renato Paiva, que saiu em dezembro de 2020 do Benfica B, festejou com as bandeiras de Portugal e Equador e uma camisola com a fotografia do falecido Jaime Graça, antiga 'glória' e coordenador técnico das 'águias', a quem dedicou o título.

"O ser humano deve ter é memória e agradecimento. Foi a pessoa que me lançou como treinador em 2006, nos sub-14, após ter sido dois anos adjunto do Bruno Lage. Abriu-me as portas de um sonho. Foi um caminho de 16 anos em todos os escalões e com orgulho digo que não o defraudei. Devo-lhe o que sou hoje e tudo o que fizer no futebol é por e para ele", concluiu o albicastrense, na base do quarto cetro da história do Independiente del Valle, após a Taça Sul-Americana (2019), a II Divisão (2009) e a III Divisão (2007).

Leia Também: Renato Paiva focado no Independiente face à cobiça de outros clubes

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Rede social

Polémica invasão no Benfica-Sporting dá que falar: "É o Batman?"

Nuno Lobo

Polémica invasão no Benfica-Sporting dá que falar: "É o Batman?"

Liga portuguesa

ClubeJPts
1Sporting3379
2Benfica3379
3FC Porto3368
4Sp. Braga3365
5Vitória SC3354
6Santa Clara3354
7Casa Pia3345
8Famalicão3344
9Estoril3343
10Rio Ave3337
11Moreirense3337
12Arouca3335
13C.D. Nacional3334
14Gil Vicente3333
15Estrela3329
16AVS3327
17Farense3327
18Boavista3324
Liga dos CampeõesLiga EuropaDesporomoção

Sobre rodas

Carro que se transforma em avião chega ao mercado já em 2026

Klein Vision

Carro que se transforma em avião chega ao mercado já em 2026

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas