À Lusa, os adeptos dão o crédito da vitória sobre o Flamengo, por 2-1, na final disputada em Montevidéu, no Uruguai, aos jogadores e, principalmente, a Abel Ferreira, que descrevem como um organizador que gosta de jogar no contra-ataque, que valoriza mais o esforço coletivo do que a qualidade individual dos jogadores.
"O Flamengo era o favorito, mas o Palmeiras venceu. O Abel [Ferreira] tem a inteligência dele de montar as equipas esperando o adversário para explorar o contra-ataque, que, às vezes, nos mata do coração. Hoje ele manteve seu plano até o fim e deu certo. Agora somos campeões", comemorou Danilo de Carvalho, de 33 anos, que assistiu a final junto ao estádio do Palmeiras, onde uma multidão de 'palmeirenses' se reuniu.
Para este adepto, "este título é uma consagração de um projeto do Abel Ferreira e do Palmeiras".
"O Palmeiras veio, neste ano, com uma equipa com jogadores da base [da formação] para ser campeão com tanta emoção contra o Flamengo. É uma glória", acrescentou.
Marcel Popi, de 27 anos, visivelmente emocionado, dizia ser impossível explicar o que estava a sentir, mas considerou que o jogo foi, na sua opinião, do modo como Abel Ferreira gosta.
"O jogo foi muito corrido, o Palmeiras deixou-os [equipa do Flamengo] virem para cima para explorar o contra-ataque e deu certo. Quero que o Abel [Ferreira] fique no Palmeiras, porque ele tem o dom de ver uma estrela brilhar. Ele coloca os jogadores decisivos em campo na hora certa", avaliou o adepto do Palmeiras.
Falando sobre o estilo de Abel Ferreira dirigir a equipa brasileira, Daniel Melo Santana, de 27 anos, disse que "tem um jeito único", que ou se gosta ou se odeia.
"O Abel às vezes parece arrogante, mas ele não é, ele é competente", referiu.
Sobre o jogo, o adepto destacou que o técnico português fez a equipa jogar no erro do adversário, o que muita gente critica, mas era o certo a fazer-se neste caso.
"Muita gente critica o jogo dele [Abel Ferreira]. O Flamengo joga vindo para cima e o Palmeiras jogou no erro deles. A substituição que ele fez, tirou o Dudu, um ídolo da torcida, e colocou o Wesley, é uma coisa que só ele faria. Outro técnico brasileiro jamais faria isto e deu certo. Ele colocou Deyverson, o jogador que fez o golo da vitória", disse.
Enquanto comemorava o título, o 'palmeirense' Sérgio Cerillo, de 28 anos, disse que viu pouco da partida, mas frisou que Abel Ferreira, para alcançar a Taça Libertadores, eliminou os dois melhores técnicos do Brasil.
"Ele [Abel Ferreira] superou o Cuca [técnico do Atlético Mineiro, equipa que o Palmeiras venceu na meia-final da Libertadores] e o Renato Gaúcho [técnico do Flamengo]. Cada jogo é um jogo, mas com o calendário dos campeonatos brasileiros, vencer uma Libertadores com jogo único mesmo jogando recuado, o que não é o ideal, deu muito certo", avaliou Sérgio Carillo.
"Quero que o Abel Ferreira fique no Palmeiras, porque ele pediu reforços [jogadores] à direção [do Palmeiras], não conseguiu e mesmo assim venceu", salientou.
Os adeptos dizem que vão ficar perto do estádio do Palmeiras até a equipa pousar no Brasil, numa festa que dizem não ter hora para acabar.
O primeiro título da Taça Libertadores da América do Palmeiras, conhecido pelas cores 'branca e verde' e como 'porco', animal que se tornou mascote dos adeptos, aconteceu em 1999, numa final contra o Desportivo Cali, da Colômbia.
No ano passado, já dirigido por Abel Ferreira, o Palmeiras venceu o Santos sagrando-se bicampeão.
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