O treinador do Benfica, Jorge Jesus, fez esta sexta-feira a conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Trofense, a contar para a terceira eliminatória da Taça de Portugal.

O técnico dos encarnados deixou antever algumas mexidas no onze inicial, mas alertou para o facto do Trofense ser uma equipa profissional e que, por isso, pode criar dificuldades ao atual líder do campeonato.

Confira o essencial das declarações de Jorge Jesus:

Meité não tem sido primeira opção: Ele e outros que chegaram ao Benfica, são jogadores que, em termos estratégicos, têm mais dificuldade em conhecer as nossas ideias. Estes jogos às vezes são fundamentais para saberem cada vez melhor a ideia em termos de estratégia de equipa. A estratégia faz parte do futebol, até nos desportos individuais. Tem uma vantagem, uma vez que não foi para a seleção do país dele. Teve mais tempo para trabalhar e isso dá-lhe vantagem para poder jogar contra o Trofense.

Possíveis estreias contra o Trofense: São cenários diferentes porque também são equipas diferentes. O Trofense é uma equipa profissional, exige mais cuidado em relação à convocatória. Falou de um nome que está convocado, que é o Tomás Araújo. Todos os outros jogadores já jogaram na Champions e no campeonato. É o leque dos jogadores que fizeram a maior parte dos jogos este ano.

Pensa na renovação: O treinador está dependente dos resultados. Não é um tema importante para mim neste momento. O importante é criar estabilidade e condições, porque as tenho aqui neste clube, não falta nada, para que o Benfica continue num patamar desportivo de conquista de objetivos. O treinador vive em função de resultados. Não são todos iguais, alguns têm mais crédito do que outros pelo seu passado, mas todos vivemos dia a dia. Isto começou agora. Isto não é como começa, é como acaba. Não é tema para se falar neste momento.

Eleição de Rui Costa: A tranquilidade de uma equipa tem alguma influencia da estrutura do clube. O Benfica era um clube em que se tinha uma segurança total em relação às direções e isso dava uma estabilidade muito grande às equipas. Todos os clubes que andam em eleições de ano a ano reparam que quase sempre não ganham nada. Isso é um facto que esperamos que agora o clube tenha estabilidade para se poder reorganizar sempre numa perspetiva de crescimento. Isso vai dar segurança para os anos seguintes. Todos estamos dependentes de resultados, é assim no futebol.

O que o Benfica perde a jogar numa linha de três e não numa linha de quatro: É uma pergunta interessante. Nos últimos anos na Europa tem-se jogado muito numa linha de três. Quem acompanhou a minha carreira de treinador sabe que há 35 anos comecei com uma linha de três defesas no Amora. Para mim é um sistema que não tem segredos e que tem muitas variantes. Não é fácil de trabalha-lo porque a maior parte dos jogadores não é formada neste sistema. Também tem desvantagens como outros sistemas. Não há nenhum sistema que seja o perfeito, tem a ver com as características individuais dos jogadores que um treinador tem à disposição. Aposta no Benfica? Entendi que existiam alguns jogadores neste esquema de três centrais poderiam render mais.

Prémios de Darwin e de melhor treinador do mês: Isso é em função do que é o treinador e a equipa. O Benfica tem estado a ganhar, e isso são situações normais dos jogos que o Benfica tem feito. Felizmente tenho tantos troféus que esse é mais um que é importante. É o dia a dia de um treinador e de uma equipa.

Saldo com Trofense, empate e derrota: É a história dos resultados, ninguém pode dizer que não é verdade. Tudo é diferente, os anos vão passando, as equipas são diferentes das dessa altura. A equipa está avisada que será um jogo competitivo. Os nossos avisos aos jogadores não passam por aí, que o Benfica já perdeu com o Trofense, mas pela forma como trabalhamos durante a semana e a qualidade do trabalho que a gente tem. Entra aqui e sai ali. Não tem, em termos práticos, nenhuma importância. É tentar identificar a qualidade do adversário de forma a não sermos surpreendidos amanhã.

Rotação de jogadores tendo em vista o Bayern: Já respondeu a esta questão. Há vários jogadores que ainda não chegaram, entre os quais os que estão na América do Sul. Logo à partida estamos a falar de três jogadores que ainda não chegaram e tem de haver alterações. As outras são baseadas em alguns jogadores que não têm jogado tanto e outros que têm recuperado de lesões e já estão aptos, como o Lázaro. Vamos tentar ajustar a competitividade a todos os jogadores, de forma como a equipa tem feito. A equipa está com um andamento e competitividade. Jogando contra Trofense ou Barcelona, o Benfica mantém o mesmo andamento.

É um treinador que cria ou copia? E Rúben Amorim e Sérgio Conceição criam ou copiam? Eu respondi a uma pergunta de um assistente na minha palestra que me perguntou que conselhos lhe dava para a carreira de treinador. E uma das virtudes que o treinador tinha de ter era que tinha de ser um criador das suas ideias. Depois disse que no mundo há oito ou nove treinadores que sabem e têm essa capacidade para criar. Foi isso que respondi e é a mesma forma que respondo agora.

Jogo: O Benfica vai iniciar uma competição que é muito importante em Portugal. Para mim tem uma tradição muito grande. Aqui os mais pequenos pensam e bem que podem chegar a uma final. Todos os anos sabemos disso e somos surpreendidos. Vamos tentar que isso não aconteça e respeitando o Trofense. Voltamos aos jogos a sério. Trabalhámos com muito detalhe para este jogo, sabendo que o estádio vai estar lotado, Vai ter um cenário bonito, um jogo emotivo contra um adversário que sonha que pode eliminar o Benfica, e é legítimo pensarem assim. Nós pensamos em ganhar o jogo porque é um dos objetivos da época.

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