O presidente da Liga espanhola, Javier Tebas, criticou esta segunda-feira aquilo a que chamou de "clubes-estado", como o PSG e Manchester City, que, na sua opinião, criaram uma inflação errada no mercado.
Em declarações no âmbito da semana da integridade no desporto, iniciativa organizada pela SIGA (Sport Integrity Global Alliance), liderada pelo português Emanuel Medeiros, o presidente da La Liga disse não estar preocupado com a saúde financeira de Real Madrid e Barcelona.
"Há que ter cuidado com a inflação do mercado. O Real Madrid tem controlo económico e não recebe subsídios ou patrocínios. É dinheiro que gera e isso é legítimo. Comparando com muitas equipas na Premier League, não posso dizer nada sobre os eu volume de negócios. Mas os clubes-estados chegaram com uma entrada de dinheiro que criou a inflação errada", começou por dizer Tebas.
"O PSG tem 500 milhões de euros em salários, perdeu 400 milhões de euros com a Covid-19 e 50% com os direitos televisivos em França. O que eles estão a fazer é economicamente impossível", acrescentou.
"O Real Madrid vendeu 200 milhões de euros em jogadores, tem dinheiro em caixa para contratar Mbappé e Haaland juntos. Não perdeu dinheiro, além disso, vendeu ativos. O que não é compreensível é que quem perde 400 milhões tenha 500 na massa salarial e ainda por cima possa rejeitar ofertas como a de Mbappé. Estão a falhar as regras de controlo em França e prejudicam o mercado europeu", atirou ainda, antes de criticar o projeto da Superliga Europeia, cujo presidente é Florentino Pérez.
"A Superliga não é um conceito de competição, é um conceito ideológico mais amplo. Baseia-se no fato de que o poder do futebol tem que estar nas mãos dos grandes e eles decidem como é que os jogos são organizados e o que é que os espectadores veem. A diferença é que Florentino Pérez mostrou a cara, antes de liderar sem mostrar a cara. E agora autoproclamou-se presidente. Os clubes ingleses já não estão na União Europeia, o que quer que digam de Estrasburgo para eles será igual. Eles não se importam e não entrarão numa Superliga nos próximos anos. É muito difícil que aquele modelo continue. Florentino Pérez nunca perde, ele não reconhece nenhum fracasso. Vai continuar a lutar", finalizou.
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