O Spartak Moscovo prometeu enjaular a águia antes do jogo do Benfica, mas a provocação aos encarnados fez ricochete e os russos acabaram derrotados pelo clube da Luz, que começou da melhor maneira a luta pelo acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, depois da desilusão na última temporada.
O Benfica venceu tranquilamente o Spartak Moscovo, por 2-0, e ficou mais perto da passagem ao play-off da liga milionária, num jogo que marcou o reencontro entre Jorge Jesus e Rui Vitória, que muitas palavras trocaram quando estavam no futebol português ao serviço de Sporting e Benfica, respetivamente.
A exibição dos encarnados foi segura e categórica, apesar dos golos apenas terem aparecido no segundo tempo, depois de algum desperdício na primeira parte da partida, e que permitiu ao Spartak criar algum perigo junto da baliza do grego Vlachodimos.
Rafa Silva, aos 51 minutos, e Gilberto, aos 73, fizeram os golos que deixam as águias em vantagem para o jogo da próxima semana no Estádio da Luz, um resultado que podia ter terminado numa goleada, não fosse alguma precipitação na definição das jogadas, e que levou a um festival de oportunidades de golo perdidas na primeira e segunda partes.
Ainda assim, Jorge Jesus acabou por levar a melhor sobre Rui Vitória, que foi incapaz de tirar partido do conhecimento que possui da equipa do Benfica, o que deixa a formação russa em clara desvantagem para o encontro da segunda mão que acontece na próxima terça-feira.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
Grande exibição do internacional português Rafa Silva, autor de um dos golos da vitória do clube da Luz. Soube como aproveitar as muitas fragilidades da formação russa, e foi sempre um perigo à solta na área moscovita. Esteve perto de marcar um golo de trivela, mas o remate saiu um pouco ao lado.
Surpresa
Não se podia pedir melhor jogo de estreia a João Mário. Se no ano passado o Benfica apresentava muitas fragilidades em segurar a bola, a chegada do ex-Sporting veio preencher essa lacuna. Muita competência no passe e na organização do jogo das águias. Foi dele o toque subtil para o golo de Rafa.
Desilusão
Era apontado como um dos jogadores mais perigosos do Spartak Moscovo, mas a verdade é que pouco ou nada se viu de Sobolev ao longo do jogo. O avançado russo foi presa fácil para o trio de centrais do Benfica.
Treinadores
Jorge Jesus: Surpreendeu tudo e todos ao apostar num esquema de 3x4x3 para esta partida, e a verdade é que a escolha de um sistema tático assente em três centrais acabou por se revelar um sucesso para os encarnados. A equipa jogou com personalidade, e foi eficaz perante as oportunidades de golo que teve, apesar de ter também desperdiçado muitas outras. Deixa uma boa imagem para o que aí vem nesta temporada.
Rui Vitória: Os russos tentaram assumir as rédeas do jogo desde o apito inicial, mas a verdade é que o clube da Luz impediu que isso acontecesse, controlando o desenrolar do encontro. Para além dos evidentes problemas defensivos que foram bem explorados pelo Benfica, fica na retina também a maneira como o Spartak foi incapaz de reagir ao primeiro golo das águias.
Árbitro
Arbitragem negativa do sérvio Srdjan Jovanovic. Acabou por ignorar alguns lances de mão na bola na área russa, e que podiam ter dado origem a grandes penalidades a favor do Benfica. A ausência do VAR complicou o seu trabalho.
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