Um empate a 'zeros' com Espanha e uma goleada sobre Israel, por 4-0. Dificilmente este 'mini-estágio' poderia ter sido mais produtivo para Portugal, que agora segue viagem rumo a Budapeste, para disputar o Campeonato da Europa.
Ainda assim, nem tudo foi positivo para os homens de Fernando Santos. Apesar de o desnível entre ambas as seleções ter ficado visível aos olhos de qualquer um, a verdade é que a equipa das quinas continua a denotar sérias dificuldades contra adversários, teoricamente, mais acessíveis, em que se vê obrigada a assumir o jogo.
Os campeões europeus tiveram oportunidades mais do que suficientes para arrancar uma vitória ainda mais dilatada no estádio de Alvalade, mas a larga maioria deveu-se a desatenções defensivas do adversário e à qualidade individual dos craques portugueses.
O maior de todos eles foi Bruno Fernandes, que realizou, porventura, a melhor exibição ao serviço da seleção portuguesa, que acabou coroada pela assinatura de dois golos (ambos de belo efeito) e de uma assistência para o capitão, Cristiano Ronaldo.
Já à beira do apito final, João Cancelo também fez questão de dizer 'presente'. O lateral-direito (um dos melhores em campo, especialmente quando pôde combinar com Bernardo Silva) pegou na bola na ala direita, fletiu para o centro e concretizou um dos melhores lances da noite.
A entrada em campo no Campeonato da Europa está agendada para a próxima terça-feira, diante da Hungria, em Budapeste. Seguem-se Alemanha e França, as duas outras equipas que completam o Grupo F da competição.
Figura
Bruno Fernandes foi o ‘maestro’ desta seleção portuguesa. Todo o desenho ofensivo da equipa passou por ele, particularmente na primeira parte, quando atuou nas costas de Cristiano Ronaldo. Nem sempre decidiu bem, mas marcou dois golos e assistiu o capitão para outro, desbloqueando, desta maneira, a partida numa casa que bem conhece.
Surpresa
Exibição repleta de personalidade de Nuno Mendes, que vai ganhando cada vez mais pontos no duelo com Raphael Guerreiro pela titularidade no lado esquerdo da defesa portuguesa. É verdade que Israel não colocou grande perigo, mas também o é que o canhoto resolveu sempre bem, além de que nunca se esquivou de ‘dar uma mão’ no ataque.
Desilusão
William Carvalho teve uma temporada muito aquém das expetativas no Betis, e a falta de continuidade fez-se notar também na seleção nacional. Não teve grandes dificuldades em controlar o meio-campo, juntamente com Rúben Neves, mas, na hora de construir, desiludiu, com más decisões e passes errados.
Treinadores
Fernando Santos: Portugal voltou a não encantar, mas a verdade é que chega ao Campeonato da Europa embalado por uma vitória categórica, assim como por um jogo com Espanha em que não sofreu golos. As dificuldades em assumir o jogo continuam a ser notórias, o que se vai tornando cada vez mais incompreensível numa seleção com tanta qualidade individual.
Willi Ruttensteiner: Israel não está apurado para o Euro’2020, pelo que pouco interesse tinha neste jogo. No entanto, esta foi uma exibição muito pouco conseguida, especialmente do ponto de vista defensivo, onde os ‘buracos’ se foram sucedendo a um ritmo avassalador. No ataque, Manor Solomon e Eran Zahavi tentaram fazer a diferença, mas sem sucesso.
Árbitro
O jogo disputou-se a ritmo de treino, pelo que acabou por não colocar grandes dificuldades a Jérémie Pignard. Cristiano Ronaldo bem reclamou com o árbitro francês, principalmente quando pediu a marcação de duas grandes penalidades, mas, na hora da verdade, este decidiu (quase) sempre bem.
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