A chegada de Rúben Amorim ao Sporting, já no terço final da passada temporada, mudou, e muito, um leão que mostrava dificuldades em afirmar-se. Com uma profunda alteração de sistema, passando de uma base de quatro defesas para cinco, o leão apresentou uma cara lavada que foi surpreendendo no início, mas que acabou a perder algum gás no fim de um campeonato atípico que foi interrompido por uma pandemia.
Sem muitas soluções para fazer o que queria da equipa, Rúben Amorim adaptou tudo quanto foi possível, testou a competitividade dos 'A's' puxando jovens para a equipa principal, mas em 11 jogos somou apenas seis vitórias com os verde e brancos.
Com algum 'azar' em determinadas partidas, a armada leonina parecia ser uma equipa 'coxa' para o sistema que o seu treinador pretendia aplicar, algo que muda esta temporada, em que o técnico pôde, ainda que com orçamento reduzido, ir ao mercado buscar mais soluções.
Nunca se queixando publicamente da falta de peças para montar o seu puzzle, este ano, é certo, Rúben Amorim já recebeu vários reforços, parecendo apenas, ao que tudo indica, faltar um avançado que, na sua ótica, segundo o que tem sido narrado pela imprensa desportiva, é essencial para o leão 'carburar'.
Certo é que numa análise expressamente numérica, na pré-época, com cinco jogos disputados, o leão parece manter-se na toada de alguma permissividade defensiva e falta de acutilância no ataque, isto porque em cinco jogos soma apenas 8 golos marcados e averba sete sofridos - duas derrotas e três vitórias.
Mas vamos a uma análise setor a setor, tentando perceber o que falta em termos 'humanos' e o que vieram acrescentar os novos 'recursos' que se foram recrutar ao mercado.
Mais soluções para uma defesa mais experiente
Depois de uma aposta muito vincada na prata da casa, até porque o leão foi delapidado de Mathieu que saiu da equipa e do futebol por lesão, Rúben Amorim parece ter na defesa o seu setor mais arrumado.
Com Acuña, Rosier e Ilori a serem os casos mais prementes para resolver, uma vez que não entram nas contas, as chegadas de Antunes, Porro e Feddal parecem ter dado ao setor mais recuado as soluções que faltavam à equipa.
Se Nuno Mendes impressionou e tem impressionado pela forma como entra naturalmente em jogo frente a qualquer rival, a experiência de Antunes poderá ser determinante para uma temporada que se antevê longa e de várias frentes.
Feddal, também ele já rodado em palcos maiores como a La Liga, oferece também soluções para sair a jogar da defesa com os pés, mas o maior trunfo poderá ter chegado para a baliza, onde Renan deixou de ser opção e onde a falta de experiência de Maximiano foi compensada pela chegada de Adán, ex-Atlético, que pode oferecer a sua 'maior rotação' a uma defesa que deve atuar com o 'novinho' Eduardo Quaresma a titular.
Jovane, um vagabundo do ataque com chama de goleador?
Se depois de recuperar de lesão, na temporada passada, Jovane pareceu ser o homem-solução do primeiro esboço de Amorim para o 'seu' Sporting, esta temporada o extremo leonino deve voltar a assumir batuta de 'patrão' do ataque.
Bastante mais vertical do que num passado não muito distante, menos colado à ala e mais vagabundo no centro do terreno, o jovem jogador dos verde e brancos poderá ter este ano a sua época de plena afirmação, isto se não chegar uma irrecusável proposta a Alvalade.
Num meio-campo que deverá ser revisto, com Pote (Pedro Gonçalves) a chegar como reforço e com Palhinha a espreitar a reintegração, Jovane poderá ter missão mais facilitada e concorrer, com Vietto, por um lugar no centro do terreno à frente do trio do meio campo.
Com Nuno Santos a ser esperado como cliente assíduo de uma das laterais, Plata e Joelson devem disputar uma vaga no outro corredor, espreitando ocasionais subidas ao onze titular ou partindo do banco para agitar o jogo caso seja necessário pôr mais pressão no ataque.
Por fim, Doumbia deve deixar Alvalade, ficando Daniel Bragança para ser solução de recurso e Matheus Nunes a oscilar entre o banco e o onze, podendo oferecer uma propensão mais defensiva contra adversários teoricamente mais complicados.
Neste cenário, Wendel teria lugar garantido, com Pote e Palhinha a completarem o miolo do terreno e com o ex-Famalicão a assumir, à vez, com Wendel, a ligação entre o ataque e a defesa.
Sporar e o goleador que falta a Amorim
Numa fase em que o mercado parece estar ainda longe de estar fechado em Alvalade, uma das situações que, segundo a imprensa desportiva, Amorim vê como assunto mais premente é a chegada de um nome para o ataque.
Com Sporar a não dar garantias num modelo de jogo em que o reforço da última temporada parece ser pouco (e mal servido), uma análise ao passado do técnico no Sporting de Braga permite perceber que o esloveno é curto para o que pretende.
Comparando o mapa de calor [imagens em baixo] do avançado leonino com o de Paulinho percebe-se que Sporar tem menos influência no jogo que o luso. Com menos presença na área, tocando menos na bola e finalizando também pior, Amorim procura um avançado mais móvel, capaz de jogar na profundidade mas também no espaço entre linhas, fazendo combinações para a entrada de outros jogadores em posição de finalização.
Mapa de Calor Sporar (Sporting) ©Reprodução Sofa Score
Mapa de Calor Paulinho (Sporting de Braga) © Reprodução Sofa Score
Duas 'alternativas' de onze titular
Opção 1© Notícias ao Minuto
Opção 2© Notícias ao Minuto