Jorge Costa esteve durante dois anos na Índia a treinar o Mumbai City e agora mostra-se preocupado com com o impacto que o novo coronavírus terá neste país asiático, que até já decretou uma quarentena obrigatória a toda a população.
"Do que conheço do povo indiano, dos seus hábitos, acho muito difícil o cumprimento desse decreto. É muita gente. Estão habituados a andar na rua, a estarem em grupo, e não são um povo muito disciplinado. Há outro problema: têm uma frota aérea muito boa, as ligações entre as cidades fazem-se quase sempre de avião, porque as estradas são muito más. Leva-se 14 horas de caro para se fazer um trajeto que, de avião, é de uma hora. E há uma grande aglomeração de pessoas nos aeroportos - sempre. E isso é mais um problema. Se o vírus chegar à Índia, com a mesma força que atingiu a Europa, será uma coisa muito má e de proporções inimagináveis", começou por dizer o antigo jogador do FC Porto em entrevista ao jornal O Jogo.
Jorge Costa falou ainda sobre a sua passagem pelo Mumbai City, e recusa que a mesma tenha sido um projeto falhado.
"Acho que foi um projeto muito conseguido, atendendo a que o Mumbai, no primeiro ano, era a equipa com o orçamento mais baixo e no segundo tinha o segundo orçamento mais baixo. Com pouco conseguimos fazer muito", sublinhou o treinador português, apontando ainda à presença no play-off de campeão na primeira época, apesar de este ano ter falhado o objetivo.
"Sim, por dois pontos, mas no primeiro ano fomos ao play-off, terminámos em terceiro lugar. Este ano não conseguimos ultrapassar as naturais dificuldades de uma equipa com poucos recursos, muito afetada por lesões ao longo da temporada", acrescentou.