Quando Tiago Martins apitou para o intervalo na Pedreira, este domingo, poucos benfiquistas acreditariam que o segundo tempo traria uma goleada. O que é certo é que a palestra de Bruno Lage resultou na perfeição, os encarnados voltaram com todo o fulgor e rubricaram uma segunda parte arrasadora, que terminou com uma importantíssima vitória, por 4-1, sobre o Sp. Braga.
A três jogadas do fim do campeonato, a tão ambicionada "reconquista" está cada vez mais perto. O Benfica é líder isolado, com 78 pontos, mais dois do que o FC Porto, e tem tudo para voltar ao Marquês no próximo dia 19 de maio. No entanto, esta 'almofada' só foi conseguida devido a uma resposta fantástica à desvantagem registada no descanso do embate com o Sp. Braga. E aí houve um responsável principal: Pizzi.
O 'maestro' das águias jogou, fez jogar, marcou, deu a marcar e mostrou, uma vez mais, que é mesmo o comandante desta armada. Quando está bem, o Benfica está (muito) mais próximo de vencer e a partida do Minho é o reflexo disso mesmo.
Wilson Eduardo começou por 'gelar' as hostes encarnadas com um penálti bem convertido (33') e os 'fantasmas' do passado voltaram... até que entrou em cena o ator principal. Já depois de ter oferecido, de bandeja, o golo a João Félix - Tiago Sá, com uma enorme defesa, desviou a bola para o poste -, Pizzi assumiu a responsabilidade e restabeleceu a igualdade da marca dos 11 metros (58').
O Benfica ganhava novo ânimo e, sobretudo, maior esperança. No segundo castigo máximo (65'), o internacional português pôs em prática toda a experiência, confiança e classe e consumou a 'remontada'. Como se não bastasse, ainda teve tempo para colocar a bola, com conta, peso e medida, na cabeça de Rúben Dias (69'), na cobrança de um canto, criando assim o 3-1. O fantástico golo de Rafa foi a 'cereja' no topo de um bolo construído, de forma magistral, por Pizzi.
Contas feitas, a grande virtude do triunfo encarnado foi mesmo o aparecimento do seu 'dínamo'. Depois de uma primeira parte apática e refém da maior agressividade, pressão e intensidade dos comandados de Abel Ferreira, o clube da Luz transfigurou-se muito por culpa da qualidade daquele que é, sem dúvida, um dos melhores deste campeonato.
Números que quebram recorde de 17 anos
Decorridas 31 rondas, os números de Pizzi não enganam e permitem-lhe entrar para a história. Ao participar em todas as partidas, o médio somou 12 golos e 18(!) assistências. Ou seja, até ao momento, foi dos pés do camisola 21 que nasceram 30 golos dos 91 das águias, o que reflete uma percentagem de cerca de 30%. Um terço. Notável!
Mais: Se olharmos apenas para o capítulo dos passes para golo, Pizzi é o melhor assistente dos últimos... 17 anos! Desde a temporada 2001/02 que nenhum jogador conseguia servir tantas vezes os companheiros para golo. O último a alcançar tal feito foi Fary, ao serviço do Beira-Mar, numa época que ficou para a história graças aos 42 remates certeiros de um tal de Mário Jardel, com a camisola do Sporting.
Relativamente ao aproveitamento coletivo, esta é também já uma temporada marcante para os encarnados. É preciso recuar até 1976 para encontrar um trajeto tão profícuo no campeonato como o atual. Na altura, 94 golos foi o saldo final. Agora, mais de 40 anos depois, o registo é de 91. E ainda faltam três jornadas! Segue-se o Portimonense...
Estatísticas:
Sp. Braga | Benfica | |
12 | Remates | 16 |
5 | Cantos | 5 |
14 | Faltas cometidas | 16 |
4 | Cartões amarelos | 6 |
0 | Cartões vermelhos | 0 |
47% | Posse de bola | 53% |