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Os seis erros fatais que explicam a época desastrosa do Real Madrid

Equipa merengue foi eliminada da Liga dos Campeões, competição na qual era campeã há três épocas consecutivas.

Os seis erros fatais que explicam a época desastrosa do Real Madrid
Notícias ao Minuto

08:00 - 06/03/19 por Francisco Amaral Santos

Desporto Análise

O Real Madrid foi eliminado da Liga dos Campeões com estrondo. Os merengues receberam o Ajax na noite de terça-feira, em jogo da 2.ª mão dos oitavos de final, e foram humilhados com uma goleada histórica (1-4). Este foi também o ponto final nas aspirações para a presente temporada dos blancos, uma vez que neste momento estão já afastados da Taça do Rei e praticamente fora da luta pelo título de campeão espanhol. 

Mas, afinal de contas, como se explica a época desastrosa do Real Madrid? São seis os motivos que mostram aquilo que falhou ao longo de 2018/2019. 

Sem sucessor para CR7

Cristiano Ronaldo deixou o Real Madrid no verão e é impossível não relacionar o craque português com a crise vivida pelos merengues. Ronaldo deixou um legado no Santiago Bernabéu. Era uma máquina de fazer golos que se destacava, sobretudo, pela forma como brilhava na Liga dos Campeões. Ronaldo decidiu mudar-se para Turim e o Real Madrid falhou na tarefa de encontrar alguém que, pelo menos, fizesse a diferença na ausência do português. 

Falou-se no interesse do Real em jogadores como Kylian Mbappé ou Neymar. No entanto, tal nunca foi além dos rumores. A verdade é que a responsabilidade de substituir Ronaldo foi, por diversas razões, atribuída a Gareth Bale. Porém, o internacional galês nunca conseguiu verdadeiramente assumir a tal responsabilidade e esta temporada apenas apontou 13 golos, menos sete que Karim Benzema, o melhor marcador da equipa. Bale está sim sob a constante mira dos adeptos que já assobiam o galês sempre que este vai a jogo. 

Contratações falhadas 

As contratações feitas pelo Real Madrid esta temporada não foram, de facto, as mais acertadas. Se por um lado há um grande mérito em assegurar um jogador de enorme valia como Vinícius Jr, por outro há jogadores que foram contratados e que nada estão a acrescentar. 

É o caso de Mariano Díaz. Foi formado no clube e acabou 'repescado' ao Lyon em troca de 20 milhões de euros, mas tarda em convencer os adeptos do Real Madrid. Jogou em apenas 14 jogos e não foi além dos dois golos marcados, números que estão longe daquilo que fez em França. 

Ainda há o caso de Courtois. O guardião belga foi contratado ao Chelsea a 'peso de ouro' para reforçar uma posição em que Keylor Navas era dono e senhor. Tal como Mariano, o internacional belga também está longe de ser um nome consensual entre os adeptos merengues que, em muitos casos, continuam a preferir o guarda-redes costa-riquenho. 

Sai Lopetegui, entre Solari 

A contratação de Julen Lopetegui nas vésperas do início do Mundial'2018 gerou muita controvérsia em Espanha, o que resultou no afastamento prematuro do técnico espanhol da seleção. Lopetegui teve assim de assumir o comando técnico dos merengues mais cedo do que o previsto. No entanto, a tarefa de dirigir o Real Madrid durou pouco tempo. Os maus resultados, que culminaram na goleada sofrida perante o rival Barcelona, foram os argumentos de Florentino Pérez para despedir Lopetegui. 

De imediato, Santiago Solari assumiu o lugar deixado vago pelo espanhol. Numa primeira fase na condição de técnico interino e, semanas depois, passou a técnico definitivo e os primeiros resultados até pareciam dar indicadores positivos. Porém, tudo não passou de mais um passo em falso. O Real Madrid tentou fazer com Solari aquilo que fez com Zidane, ao ir buscá-lo aos escalões da formação merengue, mas o técnico argentino não se conseguiu impor da mesma forma que o francês. 

O peso do balneário 

Há muito por contar, e revelar, na era de Santiago Solari no Real Madrid e o balneário é uma das grandes questões. Solari decidiu sentar Isco no banco de suplentes e mais tarde fez o mesmo com Marcelo. Duas das grandes figuras do clube foram afastadas da equipa titular, algo que não caiu bem junto dos adeptos. 

Para além das capacidades futebolísticas por todos reconhecidas, Isco e Marcelo são duas peças fundamentais no balneário do Real Madrid. E, no futebol, já se sabe: quando se perde o balneário, perde-se a equipa. 

Sem força para o rival Barcelona 

O Real Madrid não venceu, e nem tem mais possibilidades de vencer, o Barcelona esta temporada. Em quatro jogos diante do velho rival, os merengues acumulam um saldo negativo de três derrotas e um empate e ainda de dois golos marcados e dez sofridos. 

Na primeira volta do campeonato, ainda sob o leme de Lopetegui, os merengues foram humilhados em Camp Nou com a chapa cinco (5-1) e voltaram a ser derrotados na segunda volta por um resultado tangencial (0-1) no Santiago Bernabéu. 

Na Taça do Rei, o Real Madrid chegou às meias finais, mas, mais uma vez, não teve qualidade para levar a melhor sobre o Barça. Na 1.ª mão não foram além de um empate (1-1) e na 2.ª mão os blancos averbaram uma pesada derrota no Bernabéu (0-3). 

O menosprezo pelos adversários 

Esta temporada, o Real Madrid consentiu no total 15 derrotas. Para além dos desaires diante de Barcelona e Ajax, nota ainda para as derrotas que, em teoria, seriam inesperadas. Girona, Eibar, Leganés, CSKA Moscovo e Levante são adversários claramente inferiores àquilo que vale o Real Madrid, mas que foram melhores dentro de campo. 

Um outro dado que mostra algum menosprezo pelos adversários é o facto de, numa só época, o Real Madrid conseguir arrecadar os dois piores resultados caseiros na Liga dos Campeões. Na mesma época, sofreu duas derrotas por números elevados. Primeiro diante do CSKA (0-3) e depois perante o Ajax (1-4). Um registo que tem tanto de inédito, como de negativo. 

Outro sinal claro do pouco respeito pelo adversário reside numa atitude de Sergio Ramos que teve consequência direta na época do Real. O capitão merengue decidiu forçar o quinto amarelo no jogo disputado na Holanda, em que os espanhóis venceram (2-1), para poder limpar o registo já a pensar.... nos 'quartos'. No final da partida admitiu que pensou nessa possibilidade e pouco depois recorreu às redes sociais para contar... outra versão. Ainda assim, a UEFA não foi na 'cantiga' de Sergio Ramos e puniu o defesa espanhol com dois jogos de castigo, tal como já tinha castigado Corona do FC Porto. O Real Madrid sentiu falta de Ramos no jogo ontem? Obviamente que sim. Ramos teve de sofrer na tribuna do Santiago Bernabéu e certamente estará arrependido de ter forçado o cartão amarelo. 

E agora, o que se segue? 

Perante tamanha desilusão, fica por conhecer o desfecho desta temporada do Real Madrid. A derrota diante do Ajax colocou Solari na corda bamba e já há quem acredite que o argentino não vai acabar a época no comando técnico merengue. Uma coisa parece certa: Florentino Pérez está a ser contestado e será assim obrigado a tomar uma medida drástica. Os próximos dias prometem trazer novidades. 

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