Adriano chegou a ser dos melhores avançados do mundo. Com características muito próprias – explosivo, rápido, tecnicista e potente -, o seu ponto mais alto na carreira foi em 2004/05 quando marcou 28 golos em 41 jogos.
No entanto, uma chamada telefónica mudou toda a sua vida e carreira. Numa entrevista ao Tuttomercado, Javier Zanetti, ídolo e símbolo do Inter de Milão, confessou como foi todo o processo que levou Adriano a deixar de ser a máquina futebolística que foi.
“Mal chegou ao Inter marcou um golaço incrível num particular contra o Real Madrid. Alí foi quando me deu conta de que ele poderia ser o novo Ronaldo. Tinha tudo… o físico, o talento, a velocidade. Contudo, Adriano vinha das favelas e isso dava-me medo. Sabia dos problemas que podem ser criados quando se tem muito dinheiro. Cada dia depois dos treinos queria saber o que ele ia fazer ou se ia sair à noite. Preocupava-me que ele pudesse ter esses problemas”, começa por narrar o argentino.
“O pai do Adriano vigiava-o muito e mantinha-o na linha. No entanto, quando começou a temporada, aconteceu algo inesperado. Ele recebeu uma chamada do Brasil e disseram-lhe que o seu pai tinha morrido. É algo que te pode mudar para sempre. Vi-o chorar, atirou o telefone e começou a gritar que não era possível”, revelou Zanetti.
O antigo futebolista argentino tentou de tudo para Adriano manter-se ao mais alto nível, mas sem sucesso.
“Depois desse dia, Moratti [presidente do Inter] e eu decidimos acolhê-lo como um irmão. Durante esse tempo, ele continuou a jogar, marcar e a dedicar os golos ao pai, olhando para o céu e rezado. Eu e o Córdoba juntávamo-nos à noite e íamos animá-lo dizendo-lhe que era uma mistura de Ibrahimovic e Ronaldo, e que podia ser melhor que ambos. Mas depois dessa chamada nunca voltou a ser o mesmo”, concluiu.