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Exposição sobre sexismo representa Portugal Bienal de Design de Londres

Os artistas Marta de Menezes e Pedro Miguel Cruz representam Portugal na 1.ª Bienal de Design de Londres, no Reino Unido, que abre quarta-feira, com uma exposição sobre sexismo, produzida pela associação alentejana Cultivamos Cultura.

Exposição sobre sexismo representa Portugal Bienal de Design de Londres
Notícias ao Minuto

19:55 - 06/09/16 por Lusa

Cultura Artistas

A organização convidou vários países para participarem na bienal, e Portugal é representado pelos dois artistas, que foram escolhidos pelo 'designer', autor, investigador e professor Manuel Lima.

Vai ser "uma representação muito interessante para Portugal", na 1.ª edição da Bienal de Design de Londres, disse à agência Lusa o curador da exposição portuguesa, Manuel Lima, que foi considerado "uma das 50 mentes mais criativas e influentes de 2009", pela revista americana "Creativity".

Segundo Manuel Lima, Marta de Menezes e Pedro Miguel Cruz vão "beneficiar imenso" da participação "num placo internacional como a 1.ª Bienal de Design de Londres", que será uma "grande rampa para os dois artistas", os quais, "embora possam não ser muito conhecidos do público português, já são bastante conceituados e têm muita experiência na área, e um enorme potencial".

A 1.ª Bienal de Design de Londres vai decorrer até ao próximo dia 27, na Somerset House, sob o tema "Utopia by Design", que, de acordo com a organização, é uma homenagem aos 500 anos da obra do filósofo Thomas More, na base do moderno conceito de utopia.

Através da exposição representativa de Portugal, Marta de Menezes e Pedro Miguel Cruz vão misturar arte, 'design' e ciência, para "retratar um tema opaco, mas corrosivo na sociedade portuguesa: o sexismo", explicou Manuel Lima.

A exposição é composta por quatro mapas que "contrastam disparidades de género em áreas como salários e ensino superior", sendo que dois mapas são "visualizações animadas e geradas por computador, que extrapolam um futuro distópico, baseado em tendências espirais descendentes", precisou Manuel Lima.

"Os outros dois mapas usam elementos biológicos (plantas, vírus e bactérias) para representar uma nação utópica revigorada, caracterizada por indicadores socioeconómicos progressistas", disse, referindo que "a utopia é transmitida pelos vários mapas igualitários e pelo uso de elementos naturais como instrumentos para a visualização de dados".

Manuel Lima contou que em 2015 foi convidado pela Direção-geral das Artes (DGArtes) para ser o curador da exposição representativa de Portugal na bienal.

Achou o projeto "muito interessante" e, "de imediato", pensou em Marta de Menezes e Pedro Miguel Cruz.

"Quis unir a componente digital e computacional do trabalho do Pedro com a combinação muito interessante entre biologia, ciência e tecnologia, que a Marta tem explorado ao longo dos últimos anos", explicou.

Manuel Lima disse que, "há cerca de dois meses", a DGArtes mudou de direção e comunicou-lhe que "não poderia continuar a suportar financeiramente" o projeto de participação de Portugal na bienal, e foi nessa altura que contactou a associação Cultivamos Cultura para procurar apoio.

Disse ainda que a associação, dirigida por Marta de Menezes, tem desenvolvido bastantes apoios - "se calhar, é a associação que mais conhece a dinâmica entre a arte, a ciência e a tecnologia em Portugal", afirmou - e decidiu apoiar e produzir a exposição representativa de Portuga na bienal.

Fundada em 2009, a Cultivamos Cultura, com sede na aldeia de S. Luís, no concelho de Odemira, no distrito de Beja, é uma plataforma para experimentação e desenvolvimento de conhecimento partilhado na teoria e na prática da arte contemporânea, explorando a sua relação com a ciência, a tecnologia e o ambiente.

Na sede, a associação oferece um espaço para artistas plásticos poderem desenvolver e expor o seu trabalho e, desde a sua fundação, tem vindo a dinamizar a comunidade local através da promoção de encontros e mostras de artes plásticas, com a participação de artistas de renome internacional e de intercâmbios com artistas locais.

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