Em comunicado, a AEMO refere que o júri, presidido pela escritora e ensaísta Sara Jonas, escolheu Juvenal Bucuane por ser um escritor que "tem um contributo relevante na valorização da memória coletiva e do distinto cultivo do memorialismo na literatura moçambicana", acrescentando que a sua escrita é "estudada e discutida em círculos académicos e literários".
O mesmo júri justifica a atribuição do prémio indicando que Juvenal Bucuane, ensaísta e ficcionista, é "uma figura emblemática da literatura moçambicana, com reconhecimento público consolidado".
O Prémio de Literatura José Craveirinha tem um valor pecuniário de 25.000 dólares (21,7 mil euros) e foi instituído em 2003, em homenagem ao poeta, primeiro presidente e cofundador (1922-2003) da AEMO, em 1981. Até 2007 este prémio foi atribuído ao melhor livro do ano e a partir de 2009 passou a premiar a carreira de um escritor, poeta ou ensaísta moçambicano cuja obra enriqueceu a arte literária e cultura moçambicanas.
A cerimónia de entrega do Prémio de Literatura José Craveirinha está marcada para 23 de junho, refere-se no comunicado da AEMO.
Juvenal Bucuane nasceu na província de Gaza, sul de Moçambique, em 23 de outubro de 1951. Membro da AEMO de que já desempenhou as funções de secretário-geral e vice-presidente da mesa da Assembleia Geral, é licenciado em Linguística e em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Na sua lista de obras publicadas inclui-se 'A Raiz e o Canto' (1984), 'Requiem: com os olhos secos' (1987), 'Xefina' (1989), 'A Denúncia' (2003), 'Epicentro" (2005), 'Sal da Terra: Histórias do nosso chão' ( 2005), 'Crendice ou Crença -- Quando os manes ancestrais se tornam deuses' (2012), 'Geração Charrua: Uma juventude literata ao ritmo do seu tempo 1963-1986' (2022), 'Masingita -- ou a subtileza do incesto' (2022), entre outras.
É cofundador da extinta revista literária 'Charrua' e foi coordenador da página 'Ler e Escrever' do jornal moçambicano Domingo nos anos 1990.
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