A assinalar 11 anos de atividade, este ano, o programa, promovido pela empresa municipal Ágora - Cultura e Desporto "dá forma a um modelo de 'open call', aprofundando os princípios de democratização do acesso à cultura, descentralização da oferta artística e envolvimento cívico", assinalou o diretor da direção de Convergências da Ágora -- Cultura e Desporto do Porto, Rui Silvestre, durante a apresentação da programação que decorreu no Museu do Porto - Reservatório, e que incluiu um concerto de Samuel Úria.
De um total de 94 candidaturas admitidas, o júri selecionou 20 projetos, dos quais seis são de cocriação comunitária e 14 de criação participada, que abrangem áreas como as artes visuais, curadoria, artes performativas, música, literatura, edição, vídeo e intervenções no espaço público.
Nesta primeira fase, entre 23 maio e 31 de julho, o Cultura em Expansão apresenta 12 projetos artísticos, com a participação de 10 comunidades locais, num total de 28 apresentações públicas em 11 locais diferentes da cidade do Porto.
Pela sua vertente participativa, Rui Silvestre destaca "Memórias de um Corpo", uma criação do Balleteatro com o grupo sénior do Centro Comunitário do Monte Pedral que "explora a memória corporal e promove o diálogo intergeracional" e envolveu alunos do curso profissional de dança.
Promovendo a criação coletiva em cerâmica com forte ligação à natureza e ao território, o projeto "Terracota que à terra volta" da Soalheira -- Associação Social de Cultura Ambiental, é outro dos destaques deste primeiro ciclo.
O projeto que envolve moradores da zona e utentes do Asas de Ramalde -- polo de Campanhã, inclui instalações e percursos sensoriais, numa abordagem que combina arte, ecologia e comunidade", detalhou o dirigente.
Destaque ainda para espetáculo do TUP --- Teatro Universitário do Porto - "Um corpo é uma forma" -- que resultará de um processo de reflexão sobre a ocupação do espaço público, habitação e desigualdades sociais, com foco nas experiências de corpos dissidentes, desenvolvido em colaboração com coletivo silentparty e estudantes da cidade.
Em Campanhã, a peça de teatro "Uma rua de cada vez", de Mariana Correia Pinto com encenação de António Durães e Luísa Pinto, traz-nos uma reflexão sobre o direito à habitação e a resistência quotidiana, a partir de uma história real.
Em Aldoar, outros dos locais onde irão ter lugar as apresentações públicas, o projeto "IRM_A" é cocriado com mulheres ciganas e artistas, onde se partilham práticas culturais em oficinas, performances e conversas. A iniciativa, com direção artística de Maria Gil, será integrada no Museu Nómada -- Longo Drom e terá continuidade na programação do segundo semestre.
Já no próximo dia 26 de junho, tem lugar o espetáculo "Maré", da cooperativa cultural Sons Vadios, uma homenagem as comunidades piscatórias portuguesas, que combina música tradicional, poesia dita e vídeo.
No ano, em que se assinalam 11 anos de atividade, o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira fez o balanço deste programa municipal que, salientou, veio democratizar o acesso à cultural, promovendo o seu "consumo entre públicos socialmente diversos, oferecendo atividades e eventos em territórios descentralizados", levando a cultura "a todos" e todo o lado.
Segundo o autarca, desde que foi criado, "o programa aumentou progressivamente as suas propostas culturais em diferentes áreas e com projetos de várias escalas e disseminou as suas atividades e eventos por um número crescente de espaços da cidade", reforçando a convicção do executivo de que "de que, quando bem programada, a cultura é capaz de quebrar barreiras entre as pessoas e de conquistar públicos muito heterogéneos".
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