Morreu o realizador polaco Andrzej Zulawski

O realizador polaco Andrzej Zulawski, cujo último filme foi produzido por Paulo Branco e rodado em Portugal, morreu hoje aos 75 anos depois de uma longa batalha contra o cancro, divulgou a associação polaca de cineastas.

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Lusa
17/02/2016 14:00 ‧ 17/02/2016 por Lusa

Cultura

Óbito

"Posso confirmar a sua morte", disse uma fonte da associação, citada pela agência noticiosa francesa AFP, numa referência ao realizador que fez grande parte da sua carreira em França e que foi responsável por obras como "Cosmos" (2015), "O Importante é Amar" (1975), "Possessão" (1981) ou "A Mulher Pública" (1984).

Zulawski era "um artista muito original, por vezes controverso, mas sempre fiel a si mesmo", afirmou o presidente da associação polaca, Jacek Bromski, em declarações à emissora polaca Polsat.

O filho do realizador, Xawery, também ele cineasta, escreveu na terça-feira na rede social Facebook que Zulawski sofria de um cancro em fase terminal e que estava a ser submetido "a intensos tratamentos no hospital" na Polónia.

"É muito difícil escrever estas palavras, mas é especialmente importante agora que o seu último filme ["Cosmos"] começa a 'viver a sua vida'... Pensem nele", acrescentou Xawery, na mesma mensagem.

O filme "Cosmos", uma "comédia metafísica" - como lhe chamou o crítico do Hollywood Reporter - baseada no romance homónimo de Witold Gobrowicz, assinalou o regresso de Andrzej Zulawski ao cinema, após 15 anos sem filmar.

Rodado em Portugal e produzido por Paulo Branco, o filme conta com atores portugueses, entre os quais Victoria Guerra.

Em agosto último, o filme conquistou o Leopardo para Melhor Realização no Festival de Cinema de Locarno (Suíça).

Nascido na Polónia ocupada em 1940, Zulawski partiu para Paris aos cinco anos com os seus pais. Mais tarde, iria estudar na conceituada Universidade Sorbonne, na capital francesa.

O realizador teve três filhos, incluindo um filho com a atriz francesa e sua ex-companheira Sophie Marceau. Separaram-se em 2001.

"É uma perda enorme para o cinema polaco e do mundo", referiu, em declarações à agência AFP, o crítico de cinema Janusz Wroblewski.

"Os seus filmes são considerados clássicos do cinema, mas na altura eram de vanguarda", acrescentou o crítico, recordando obras como "A Terceira Parte da Noite" (1971) e "O Diabo" (1972).

"Ele era provocador, derrubando muitos estereótipos polacos e introduzindo o erotismo nos seus filmes", concluiu Janusz Wroblewski.

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