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Diretora do Museu Vieira da Silva deixa fundação ao fim de 30 anos

A historiadora de arte e curadora Marina Bairrão Ruivo vai deixar a Fundação Arpad Szenes -- Vieira da Silva, em Lisboa, no final de outubro, onde esteve durante 30 anos, 17 como diretora, disse à agência Lusa fonte da entidade.

Diretora do Museu Vieira da Silva deixa fundação ao fim de 30 anos
Notícias ao Minuto

12:57 - 17/10/23 por Lusa

Cultura Museu Vieira da Silva

A carreira da curadora, cuja saída foi avançada na sexta-feira pelo jornal Público, acompanhou o nascimento da Fundação Arpad Szenes -- Vieira da Silva (FASVS), e do respetivo museu, inaugurado em 1994 para estudar e divulgar a obra do casal de artistas.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da FASVS, António Gomes de Pinho, disse que Marina Bairrão Ruivo cessou funções como diretora do museu "por acordo mútuo" em junho e irá permanecer como curadora até ao final de outubro, deixando depois a fundação.

"Foi um ciclo muito longo de trabalho e muito frutuoso - a doutora Marina [Bairrão Ruivo] está um pouco no ADN do que tem sido a fundação - e chegou agora ao fim, por consenso. Estamos muito gratos e reconhecidos pelo trabalho que fez ao longo de todo este tempo", disse o responsável.

Também contactada pela Lusa, a historiadora de arte e especialista na obra de Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), curadora do museu entre 1995 e 2006, antes de assumir a direção, disse não querer comentar a saída da FASVS.

Por seu lado, António Gomes de Pinho, presidente do conselho de administração da FASVS desde 2013, justificou que "os tempos são outros, houve muitas mudanças na organização e gestão da cultura, no papel dos museus e das fundações" em Portugal.

"Vamos aproveitar esta circunstância para fazer uma reflexão alargada e aprofundada ao nível do nosso conselho de administração, de diretores de museus e especialistas, para definirmos o modelo futuro de funcionamento da fundação", indicou, apontando que a instituição "não é apenas o museu".

António Gomes de Pinho referiu que este ano já foram introduzidas mudanças, nomeadamente com a entrada -- através de um concurso -- de um programador do auditório, o reforço do centro de estudos e documentação, "fundamental para a relação com as universidades", e dos serviços educativos.

"A fundação tornou-se mais complexa, embora pequena em termos de recursos humanos, e estamos a aproveitar esta circunstância para ver como nos vamos orientar para o futuro", reiterou, ressalvando que é intenção da administração continuar a colaborar com Marina Bairrão Ruivo em futuras iniciativas, nomeadamente para celebração dos 30 anos da entidade, em 2023.

Questionado pela Lusa qual vai ser a forma de seleção da nova direção, António Gomes de Pinho disse não querer antecipar-se à decisão do conselho de administração: "Não sabemos ainda o modelo, mas será seguramente um processo muito transparente de escolha".

"O lugar está vago, e queremos ter uma nova direção até final do ano ou princípios de 2024", estimou.

O presidente da FASVS indicou ainda que a curadora e crítica de arte Isabel Carlos foi designada em maio deste ano para as funções de administradora-delegada.

Em 2021, quando o jurista António Gomes de Pinho foi reconduzido pelo Governo como representante do Estado no conselho de administração da FASVS, Isabel Carlos, ex-diretora do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, foi designada pelos membros do conselho de administração da FASVS para substituir a historiadora de arte Raquel Henriques da Silva, que pediu para sair, na altura, após dois mandatos.

No conselho de administração da FASVS estão ainda, como vice-presidente, João Corrêa Nunes, em representação da Fundação Cidade de Lisboa, Simonetta Luz Afonso, pela Câmara Municipal de Lisboa, e Rita Faden, pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

Designados pelo conselho de administração da fundação ficaram José Manuel dos Santos e Vera Nobre da Costa.

O Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, gerido pela fundação, foi inaugurado a 03 de novembro de 1994, e o seu acervo cobre um vasto período da produção de pintura e desenho do casal: de 1911 a 1985, para Arpad Szenes, e de 1926 a 1986, para Maria Helena Vieira da Silva, uma das mais conceituadas artistas portuguesas.

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