Em Portugal para alguns espetáculos e para promover "Antídoto Pra Todo Tipo de Veneno", o seu primeiro álbum de originais em mais de 10 anos, Gabriel O Pensador diz que este trabalho "o deixa feliz".
"Eu estou feliz com esse trabalho e agora é levar pra nova turnê com as músicas novas e encaixar no repertório, que já tem muitas músicas importantes e fazer caber nos shows", explica.
Em "Antídoto Pra Todo Tipo de Veneno" uma das músicas, "Liberdade", que tem como convidado Armandinho, Gabriel O Pensador "fala na busca de caminhos de amadurecimento".
"Essa música tem um momento em que eu falo que: 'é alucinadamente consciente do poder da minha mente de poder ser diferente. Não me deixo escravizar, já rodei pelo mundão pra saber que ele é pequeno e cada sonho é sagrado, é infinito. Tem um antídoto para todo tipo de veneno, defendendo e dividindo a fé naquilo em que acredito'", recita.
"Achei que essa frase resume bem o que eu acho que é a música, o que é a liberdade de expressão, o que é a poesia, que ela pode servir como antídoto, porque nós mesmos somos traídos por armadilhas da nossa mente, da nossa alma, nosso espírito, quando a gente foca mais no que é negativo, no que nos puxa pra trás, que nos envenena e o mundo é o que mais tem pra nós, é isso. Se a gente não souber buscar, virar a página, dar um passo, sair e sair desse lugar, a gente fica preso nisso", acrescenta.
Neste seu trabalho de originais, Gabriel O Pensador aborda questões como a depressão, a ansiedade e o suicídio.
"Isso aumentou na Humanidade. Isso é um assunto sério. E a gente não precisa ser artista pra viver esses questionamentos, de buscar e buscar a transformação, de buscar a inspiração para viver. Essa é pra todo mundo", proclama.
Forte crítico da inteligência artificial, o 'rapper' considera-a como "contribuindo para uma estupidez natural cada vez maior".
"As gerações têm que se habituar com as novas tecnologias, com novas ferramentas, mas as questões essenciais ainda estão lá. A questão do respeito ao próximo, a questão do que é a felicidade, o que a gente pode deixar aqui de bom nessa passagem por essa existência. As questões básicas eu acho que não mudaram tanto. É só que elas ficam mais poluídas. E o mundo da imagem é o mundo da falsa felicidade, do falso, do 'status', do sucesso, da alegria, da vida", adianta.
"As pessoas paravam para questionar o bem ou o mal de uma forma mais profunda, não maniqueísta, não idiota como hoje. É tudo levado para o simples, para o óbvio. E tem coisas que não são óbvias, tem coisas que precisam ser aprofundadas e a gente está perdendo isso. Está perdendo isso", reforça.
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