A entrega formal das obras intituladas "Walk with Bravo" e "South Salem 2" ao acervo do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, está marcada para quarta-feira, às 16:00, naquele espaço, com a presença do artista.
"Foi um processo longo. As telas já tinham sido doadas, mas ainda não tinham sido entregues, devido à pandemia de covid-19, o que acontece finalmente amanhã [quarta-feira]", realçou à agência Lusa a diretora do museu de Évora, Sandra Leandro.
Segundo a responsável, esta doação resulta de "uma longa história de amizade" do artista norte-americano com os pintores portugueses Joaquim Bravo (1935-1990) e Álvaro Lapa (1939-2006), ambos nascidos em Évora.
"Vincent Baldassano veio para Portugal em 1972" e, no Algarve, conheceu os dois artistas portugueses e "ficou muito amigo deles", contou, indicando que, em 1990, o norte-americano visitou Évora juntamente com Joaquim Bravo.
Sandra Leandro disse que o artista norte-americano ficou "encantado com a cidade, e o que mais o marcou foi a conversa que teve com Joaquim Bravo", durante a visita, a qual se debruçou sobre "arte e vida".
"Ele diz que foi uma das conversas mais intensas que teve e foi algo tão forte que teve que a pôr em pintura", referiu, adiantando que essa obra, denominada "Walk with Bravo, 1990", é uma das duas que será entregue ao museu.
A outra, adiantou a diretora do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, intitula-se "South Salem 2, 1985", e "é uma memória de uma outra viagem" realizada por Vincent Baldassano.
Considerando que as pinturas são "muito interessantes" e que vão "valorizar ainda mais o acervo de arte contemporânea do museu", a responsável realçou que vão ficar, para já, nas reservas do espaço museológico.
"Não temos ainda, mas iremos ter, no futuro, uma sala destinada à arte contemporânea", para onde está prevista a colocação destas pinturas para que fiquem "visíveis" para o público, acrescentou Sandra Leandro.
O artista e professor norte-americano Vincent Baldassano, nascido em 1943, na cidade de Oxford, nos Estados Unidos, expõe regularmente, nos EUA e na Europa. A sua pintura combina símbolos ancestrais, memórias de lugares e experiências, resultantes sobretudo das suas viagens.
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