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Coreografia "Un Tsugi" sobre aceitação da diferença estreia-se em Lisboa

A aceitação das diferenças, da falha e do erro, para "ligar a diversidade única de cada ser humano", está no centro do espetáculo de dança "Un Tsugi", do coreógrafo Rafael Alvarez, que terá estreia hoje, em Lisboa.

Coreografia "Un Tsugi" sobre aceitação da diferença estreia-se em Lisboa
Notícias ao Minuto

06:43 - 04/06/21 por Lusa

Cultura Dança

"Este trabalho parte das diferenças e das distâncias para falar da diversidade humana em toda a sua beleza", disse à agência Lusa o criador, sobre a nova obra, inserida num projeto que inclui também o lançamento de um livro de fotografia.

"Un Tsugi", que significa "nuvem de ligações", num contexto de inclusão, em japonês, é um espetáculo de dança inclusiva da Plural_Companhia de Dança, dirigido por Rafael Alvarez e levado ao palco por seis intérpretes, com e sem deficiência, vai estrear-se hoje e tem nova apresentação no sábado, nas Carpintarias de São Lázaro, em Lisboa.

A nova criação celebra também os 26 anos desta companhia pioneira em Portugal na área da dança inclusiva, e é coproduzida pela Bodybuilders e pela Fundação LIGA, em parceria com a Escola Superior de Dança e as Carpintarias de São Lázaro.

"Un Tsugi" convoca a prática terapêutica 'shinrin-yoku' - expressão nipónica que significa banho ('shinrin') e floresta ('yoku'), literalmente "banho de floresta".

"'Tsugui' é uma palavra muito forte em japonês, porque tem uma ligação ao conceito de incluir", salientou o criador, cujo trabalho tem o título "roubado" a uma técnica tradicional nipónica.

O 'kintsugi', técnica milenar e artesanal do Japão que consiste em reparar e ligar peças quebradas de cerâmica através de uma liga dourada, inspira a origem e título deste projeto: 'tsugi', significa reparar, ligar, unir, e é um conceito remetido aqui para os corpos e a resiliência, resistência, ação e ligação, explicou.

Rafael Alvarez recordou também que o seu trabalho naquele país vem já de 2016, com o projeto "Wave", que deu origem a várias produções, e agora o projeto "Tsugui", que se traduz neste espetáculo e noutro que irá criar com intérpretes seniores.

"Faço aqui um jogo com as palavras e com a diversidade humana", disse ainda o coreógrafo, que tem refletido sobre "o lugar do corpo" a partir da sua experiência pessoal.

Esse corpo, inserido no dispositivo coreográfico e cenográfico do espetáculo, coloca, simbolicamente e fisicamente, "a figura das árvores e da inteligência dos ecossistemas florestais como paradigma para pensar no seu lugar e papel do ético, ecológico, poético, político e estético num tempo de emergência climática global, refletindo sobre a herança e a inteligência das árvores, sobre a vida em comunidade, e sobre a diversidade e co-existência de espécies humanas e não-humanas".

Nascido em Lisboa, em 1976, Rafael Alvarez é coreógrafo, intérprete, cenógrafo, figurinista, investigador e professor, e o seu trabalho coreográfico tem sido apresentado desde 1997 na Europa, América do Sul e América do Norte, Médio Oriente, Ásia e África.

Em 1997, criou seu primeiro espetáculo, "Go rest my love, I close the doors", um concerto-performance em colaboração com o artista visual Pedro Valdez Cardoso.

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