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Linha fictícia de apoio às artes recebeu quase 250 candidaturas

A linha fictícia de apoio de emergência ao setor das artes, criada pela Ação Cooperativista numa ação de protesto, recebeu 249 candidaturas em dez dias, tendo a maioria destas sido submetidas "por necessidade" e as restantes "por solidariedade".

Linha fictícia de apoio às artes recebeu quase 250 candidaturas
Notícias ao Minuto

16:04 - 01/07/20 por Lusa

Cultura Covid-19

Num comunicado hoje divulgado, a Ação Cooperativista, grupo informal que junta profissionais do setor da Cultura, recorda que criou aquela linha para "reivindicar uma compensação financeira a profissionais das artes e da cultura com grave afetação nos seus rendimentos em consequência da Covid-19, que veio agravar a suborçamentação crónica do ministério da Cultura".

Em dez dias, a fictícia Linha de Apoio de Emergência ao Setor das Artes (o mesmo nome com que foi batizada a linha criada pelo ministério da Cultura) registou "249 candidaturas, 59,7% por necessidade e 40,3% por solidariedade".

A este apoio fictício candidataram-se profissionais de várias áreas, incluindo música, teatro, dança, cinema e artes visuais, e de várias zonas de Portugal, "revelando que o tecido artístico e cultural, apesar de concentrado em Lisboa e no Porto, está felizmente bem disseminado por todo o país".

Entretanto, "na sequência da adesão do setor das artes e da cultura à ação 'Linha de Emergência Fictícia'", a Ação Cooperativista decidiu inventar um "paraministério da Cultura", que dotou esta linha de apoio fictícia com 500 milhões de euros, valor que "visa compensar as perdas financeiras de profissionais do setor previstas para um período mínimo de um ano e, assim, permitir uma subsistência básica para que possam continuar a exercer a sua profissão, salvaguardando que a arte e a cultura não morrem com esta pandemia".

Este valor "tem em conta a consideração de um valor mínimo para garantir a continuidade do setor na sua abrangência e diversidade e foi calculado com base no número de profissionais que o integram: o emprego nas atividades culturais e criativas em 2018 foi de 131,4 mil pessoas (Estatísticas da Cultura do INE de 2018, comunicadas em 2019), admitindo que dois terços (cerca de 100 mil pessoas) não tenham vínculos contratuais".

O também fictício "paraministério da Cultura" distribuiria "cinco mil euros de apoio por profissional (para as suas famílias)".

Com a criação desta linha fictícia, a Ação Cooperativista pretende "corrigir o erro da primeira Linha de Emergência [para o Setor das Artes, criada pelo Governo], uma linha que quis ser, mas que não chegou a ser, apesar de ter tentado manter a narrativa séria de que foi".

Ao contrário da Linha de Apoio de Emergência ao Setor das Artes criada pelo Governo, nesta linha fictícia é atribuído "um apoio direto, a fundo perdido, não concorrencial e sem contrapartida de criação artística ou outra".

Em junho, a par da linha fictícia, a Ação Cooperativista criou um abaixo-assinado a exigir uma "verdadeira Linha de Apoio de Emergência para o Setor das Artes e da Cultura", iniciativa que visa pressionar o Governo a dar resposta à situação "calamitosa" vivida pelos profissionais.

Até às 15:30 de hoje, mais de 4.500 pessoas já tinham subscrito o abaixo-assinado que exige "uma resposta efetiva e urgente à óbvia e comprovada redução da atividade no âmbito das artes e da cultura desde março de 2020, redução que se prevê poder prolongar-se até final de 2021 e, consequentemente, resultará na drástica diminuição de futuras oportunidades de trabalho".

A Ação Cooperativista, criada no contexto da crise vivida do setor da Cultura devido à pandemia da covid-19, já promovera o manifesto "Unidos pelo presente e futuro da cultura em Portugal", entre outras iniciativas de alerta para as dificuldades que o setor atravessa.

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