Depois de, ao longo da sua carreira, ter editado músicas que ficarão para sempre timbradas na memória coletiva, chegou a altura de Carlos do Carmo dizer adeus aos palcos. Na bagagem guarda memórias de um percurso em que elevou a música portuguesa ao expoente máximo.
É em 2019 que o fadista completa 80 anos e, pese embora considere que “há pessoas que têm grande capacidade de continuar a cantar até aos 90”, esse não é o seu caso.
Este será, por isso, “o ano da despedida, sem amarguras, sem azedumes”. Num vídeo que partilhou na sua página oficial de Facebook, Carlos do Carmo aproveitou a oportunidade para deixar um sentimento de “gratidão a todas as pessoas que” lhe têm “dado tantas alegrias e generosidade”.
Carlos do Carmo realizará ainda, nos dias 2 e 9 de novembro, concertos nos coliseus do Porto e de Lisboa, para além de alguns espetáculos no Brasil e nos Estados Unidos.
“No Castelo” pôs “um cotovelo” e em “Alfama” descansou “o olhar”. “À Ribeira” encostou “a cabeça”, “almofada da cama do Tejo”, “com lençóis bordados à pressa na cambraia dum beijo”. Foi assim que Carlos do Carmo cantou ‘Lisboa menina e moça’ e nos recordou que “não é por morrer uma andorinha que acaba a primavera”.
Com um percurso de mais de 50 anos, Carlos do Carmo foi reconhecido, em 2014, com um Grammy Latino de carreira, o que lhe valeu igualmente o Prémio Personalidade do Ano -- Martha de la Cal, da Associação Imprensa Estrangeira em Portugal.
Em 2015, recebeu a 'Grande Médaille de Vermeil' da cidade de Paris, "a mais alta distinção" da capital francesa, e, um ano depois, foi-lhe atribuído o título de Grande-Oficial da Ordem do Mérito, da Presidência da República.
Em 2013, quando celebrou 50 anos de carreira, editou o álbum 'Fado é amor'. que gravou em duo com vários fadistas, entre os quais Ricardo Ribeiro, Camané, Mariza, Raquel Tavares e Marco Rodrigues.
[Notícia atualizada às 15h57]