Alive: A noite era dos Arctic Monkeys, o rock foi dos Nine Inch Nails
A 12.ª edição do festival NOS Alive já começou e o primeiro dia foi de rock. O festival levou Nine Inch Nails e Arctic Monkeys ao Passeio Marítimo de Algés.
© NOS Alive/Arlindo Camacho
Cultura Festival
Quem fechou esta primeira noite do festival NOS Alive foram os Arctic Monkeys, mas quem gritou mais alto foram os maduros Nine Inch Nails. A banda norte-americana, com 30 anos de experiência, trouxe ao Passeio Marítimo de Algés a energia e o poder de talento sedimentado.
Os Nine Inch Nails, recorde-se, já não vinham a Portugal desde o festival de Paredes de Coura de 2009, há nove anos, por altura da digressão ‘Wave Goodbye’, antes do segundo hiato da banda. Agora, apresentam ‘Bad Witch’, lançado em junho, o terceiro e último lançamento de uma trilogia que começou em dezembro de 2016 com ‘Not the Actual Events’ e continuou em 2017 com ‘Add Violence’.
Trent Reznor - vocalista, compositor, produtor, multi-instrumentalista – tem 53 anos e um vigor invejável. Em palco, cede ao monstro do rock que é a força motriz de NiN, uma banda com um cardápio industrial de rock, metal, punk, eletrónico, e até atmosférico.
A lista de canções foi curta e entregue sem encore – não havia muito tempo, os Arctic Monkeys tocavam a seguir. Foram apresentadas canções de ‘Add Violence’ e de ‘Bad Witch’, mas são os clássicos que afinam a energia do público. ‘Head Like a Hole’, do primeiríssimo álbum, ‘Pretty Hate Machine’ (1989), ‘The Hand That Feeds’, de ‘With Teeth’ (2005), e ‘Copy of a’, de ‘Hesitation Marks’ (2013). ‘Piggy’, ‘March of The Pigs’ e ‘Closer’ foram momentos intensos, com ‘Hurt’ a fechar com chave de ouro o legado de ‘The Downward Spiral’, álbum obrigatório de 1994.
Nota especial para a inclusão de uma versão de ‘I’m Afraid of Americans’, canção de David Bowie que contou com a contribuição de Reznor em 1995. Uma bonita homenagem.
Reznor faz-se acompanhar nesta digressão por Robin Finck, na guitarra, Alessandro Cortini, nas teclas, Ilan Rubin, na bateria, e Atticus Ross, no som. Ross, sublinhe-se, é vencedor de um Óscar da Academia para Melhor Banda Sonora Original (‘The Social Network’), juntamente com Reznor. Colaborador de longa data da banda, foi integrado oficialmente como o segundo membro fixo (o único era Reznor) em 2016.
Os Arctic Monkeys, a banda mais aguardada deste primeiro dia de festival, começaram a tocar pouco depois da meia-noite. Alex Turner, o vocalista, de 32 anos, entrou em palco, como vem sendo hábito, de cabelo penteado para trás e fato - agora menos ‘rockabilly’ e mais ‘jazz’ -, mas a roupagem que interessa, a musical, não convenceu.
A banda britânica, cuja génese está no rock de garagem, chegou aos ouvidos do público com a energia punk-rock, rock de garagem ou até rock adolescente, se for preferível, de ‘Whatever People Say I Am, That's What I'm Not’ (2006), ‘Favourite Worst Nightmare’ (2007) e ‘Humbug’ (2009). Os álbuns que se seguiram, especialmente este que apresentam agora, ‘Tranquility Base Hotel & Casino’, foram assistindo a um amadurecimento da sonoridade. Esta quinta-feira, não foi possível conciliar o novo e o antigo, respeitando os dois.
Recorde-se que, no palco principal, passaram ainda Bryan Ferry, Snow Patrol e Miguel Araújo, como pode ver na galeria acima.
A 12.ª edição do festival NOS Alive continua esta sexta-feira, com os Queens of the Stone Age como cabeça de cartaz.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com