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Preço das casas atingiu o pico na Europa? Especialistas respondem

"O crescimento de 10,6% até ao 3º trimestre de 2021 pode ter sido o sprint final. A última vez que os preços cresceram em dois dígitos foi em 2017, um ano antes de caírem 15%", afirma Mathias Pleissner, diretor da Covered Bonds.

Preço das casas atingiu o pico na Europa? Especialistas respondem

"Os preços da casas europeias podem ter atingido o seu pico durante a pandemia", começa por fazer sobressair Mathias Pleissner, diretor da Covered Bonds, no relatório da Scope Ratings, a que o Notícias ao Minuto teve acesso. Isto porque, segundo o especialista, "o crescimento de 10,6% até ao 3º trimestre de 2021 pode ter sido o sprint final. A última vez que os preços cresceram em dois dígitos foi em 2017, um ano antes de caírem 15%."

Para o responsável, "os preços das casas continuaram a ser alimentados por taxas de juro baixas, falta de oportunidades de investimento, poupanças elevadas das famílias e desejo entre os consumidores de se mudarem para casas mais espaçosas, fomentadas por dispensas governamentais em torno do trabalho a partir de casa." E em 2010, o risco de bolha imobiliária foi identificado em alguns países europeus, "mas o consenso que surgiu foi o de que os principais indicadores, como o endividamento das famílias, não indicavam que a habitação tivesse entrado em território bolha."

Nesta senda, o responsável explica que "os níveis atuais de crescimento de 4% do endividamento das famílias estão longe das taxas de crescimento anuais de 8%/9% observadas em 2004-2008. Mas a tendência tem vindo a aumentar desde 2014."

Antes e durante a pandemia, a França, a Alemanha, a Áustria e a Bélgica mostraram um crescimento da dívida muito superior a 5%. "O argumento da dívida para com os rendimentos parece estar a ganhar terreno, demonstrado pelo forte aumento em 2020. Dito isto, alguns atribuem o aumento ao desemprego de curta duração. No entanto, no final de 2020, o desemprego quase voltou aos níveis pré-pandemias."

Paralelamente, continua Mathias Pleissner, a inflação pode realçar os preços das casas. "Mas dada a relutância do Banco Central Europeu em tocar as taxas, as compras de casas financiadas por dívida continuarão a ser atrativas, uma vez que existem poucas alternativas reais de investimento. As taxas permanecerão amplamente intocadas em 2022."

O diretor da Covered Bonds esclarece ainda que "A política fiscal pode amenizar o boom imobiliário. Uma tributação mais alta poderia ajudar a combater a inflação, mas será amplamente condenada, especialmente à luz da pandemia. Os políticos podem ainda decidir interromper o investimento público em infraestrutura enquanto a inflação estiver alta. Mas isso não soa como uma ação sustentável ou popular, entre outras coisas porque o investimento público gera empregos", enfatiza.

Por fim, é salvaguardado que "depois que seu uso foi reduzido nos últimos anos, os supervisores nacionais podem aumentar ou reintroduzir medidas prudenciais."

De realçar que a Scope Ratings GmbH faz parte do Scope Group com sede em Berlim e escritórios em Frankfurt, Londres, Madrid, Milão, Oslo e Paris. A empresa é especializada na análise e classificação de instituições financeiras, empresas, finanças estruturadas, financiamento de projetos e finanças públicas.

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