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Viana do Castelo. Obras de casa para vítimas de violência começam em 2022

A construção de uma residência em Viana do Castelo para acolher 40 idosas vítimas de violência doméstica vai iniciar-se no primeiro trimestre de 2022, num investimento de cerca 2,5 milhões de euros, foi hoje divulgado.

Viana do Castelo. Obras de casa para vítimas de violência começam em 2022
Notícias ao Minuto

13:51 - 23/11/21 por Lusa

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Em declarações à agência Lusa, a coordenadora geral do Gabinete de Apoio à Família (GAF) de Viana do Castelo, Leandra Rodrigues, explicou que a ERPI -Estrutura Residencial para Pessoas Idosas para acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica foi candidatada a uma linha de financiamento do Portugal 2020, estando em fase final a elaboração do procedimento necessário para a abertura do concurso público.

"O concurso público está na iminência de ser aberto, decorrerá durante 30 dias e é objetivo, de seguida, ser adjudicada a obra. A nossa intenção será começar a empreitada durante o primeiro trimestre de 2022", especificou a responsável.

A construção do novo equipamento resulta de um protocolo que o Governo assinou, em 2020, com três instituições do país com vista à criação de estruturas de acolhimento no norte, centro e sul do país para mulheres idosas vítimas de violência doméstica, tendo em conta a sua vulnerabilidade.

Em Viana do Castelo, o GAF, cuja ação abrange o distrito, foi a instituição convidada pela Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade para desenvolver o projeto.

Para Leandra Rodrigues, trata-se de uma "necessidade premente do país, identificada pelas estruturas que trabalham nesta área, relativamente ao acolhimento e acompanhamento de mulheres idosas vítimas de violência doméstica".

"A rede atual de apoio a mulheres vítimas de violência doméstica tem estruturas de acolhimento, mas não atendem à especificidade da pessoa idosa. Em consequência da idade há cuidados que as estruturas mais generalistas, como as casas-abrigo, não têm. Não se adequam e ajustam na perfeição às necessidades das pessoas idosas, para além de que as próprias infraestruturas não estão pensadas e adequadas à população com idade", referiu Leandra Rodrigues.

A coordenadora geral do GAF, Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) criada em 1994, adiantou que o "objetivo" do novo equipamento é "proporcionar" um "acolhimento e acompanhamento específico" para este grupo etário.

"Estamos a falar acima de tudo de mulheres vítimas de violência doméstica e, nesse sentido, temos todas as necessidades decorrentes dessa situação, quer ao nível da sua segurança física e psicológica, quer ao nível de cuidados básicos", especificou.

Atualmente o GAF tem a casa abrigo Dar Voz às Mulheres, a funcionar desde 2000 como acolhimento temporário de mulheres vítimas de violência doméstica, acompanhadas ou não de filhos menores e sem outros recursos para além da institucionalização.

É "constituída por uma equipa multidisciplinar, composta por técnicos/as da área social, psicologia e direito que, em articulação com ajudantes de ação direta desenvolvem um acompanhamento sistemático, intensivo e individualizado junto das pessoas acolhidas, garantindo as condições básicas de vida (ao nível de alojamento, refeição, higiene e saúde) num ambiente de tranquilidade e segurança, favorável à construção positiva de novos projetos de vida".

Dispõe ainda de um núcleo de atendimento a vítimas de violência doméstica que opera em rede e facilitando a articulação de soluções eficazes de encaminhamento e apoio às vítimas.

Em fevereiro, a Câmara de Viana do Castelo atribuiu, por unanimidade, um apoio de 135.300 euros para a elaboração do projeto da nova ERPI.

Em junho de 2020, em comunicado, a Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade adiantou que estas residências piloto, "absolutamente inovadoras no país e que serão integradas na Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica (RNAVVD), deverão estar prontas a abrir em 2022".

A nota de imprensa referia que estas residências "vão cruzar a especialização técnica dos serviços de apoio a pessoas idosas e dos serviços de apoio a vítimas de violência doméstica, bem como acautelar a disponibilização de estruturas residenciais que não estejam limitadas ao acolhimento temporário ou transitório, e que sirvam situações de extrema dependência".

A criação destas estruturas para idosas surge na sequência de um aumento do número de situações de violência doméstica em idosas durante o confinamento provocado pela pandemia de covid-19.

O GAF é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) criada em 1994 pela Ordem dos Padres Carmelitas de Viana do Castelo, com o "objetivo de potenciar a família nas suas diferentes dimensões e proporcionar uma resposta global e integrada às problemáticas mais prementes e geradoras de exclusão".

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