Rali de Portugal: Ex-campeão Kankkunen testou cadeira de rodas da APN

O ex-piloto de ralis Juha Kankkunen visitou hoje o stand da Associação Portuguesa de Neuromusculares e experimentou uma cadeira de rodas elétrica, destacando a importância de sensibilizar para a realidade da mobilidade reduzida.

Juha Kankkunen, Team Manager of Team Toyota Gazoo Racing WRT, and Toyota face the final podium celebration during the FIA World Rally Championship WRC Rally Islas Canarias in Las Palmas de Gran Canaria, Spain, on April 26, 2025. (Photo by Luca Barsali/Nur

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Lusa
16/05/2025 19:14 ‧ 16/05/2025 por Lusa

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Rali de Portugal

"Foi uma experiência nova. Nunca tinha conduzido uma cadeira destas. Já tive muitos acidentes e duas cirurgias à coluna. Na última disseram-me para parar. Um dos ossos esteve quase a partir. Ainda consigo mover-me bem. Tive alguma sorte, acho eu", afirmou.

 

Sobre os acidentes que enfrentou, o finlandês recordou o que foi a sua vida dentro de um carro de competição. Durante mais de duas décadas de carreira, acumulou quilómetros e situações limite.

"Já tive muitos. Mas pensemos assim: ao longo de 25 anos, fiz dois milhões e meio de quilómetros, sempre a conduzir e a saltar. No fundo, estar dentro de um carro de rali é estar permanentemente num acidente. É esse o nível de exigência", apontou.

Kankkunen esteve em destaque no Rali de Portugal em diferentes décadas, vencendo em quatro ocasiões. A ligação à prova portuguesa mantém-se forte, tanto pelos resultados como pelas memórias.

"Ganhei aqui quatro vezes. Duas no Campeonato do Mundo, outra com o Toyota Corola, quando não contava para o Mundial. Mas a melhor memória talvez seja de 2010, quando venci o Rali Histórico no Algarve com o Ford Escort PDA", contou.

Sempre bem-humorado, o antigo campeão do mundo acrescentou: "Sempre fui bem-sucedido aqui. É sempre bom regressar. Portugal é um sítio especial para mim".

Durante a visita ao stand da associação, na Exponor, refletiu sobre a mobilidade e a importância do contraste entre mundos aparentemente distantes: a velocidade de um carro de rali e a falta de mobilidade de quem depende de ajudas técnicas para o dia-a-dia.

"Sentar-se numa cadeira elétrica pode ser, para quem vive com estas limitações, tão libertador como sentar-se num carro de corrida. É uma liberdade diferente, mas igualmente significativa", comentou, depois de experimentar um dos modelos elétricos da exposição.

Ana Gonçalves, vice-presidente da Associação Portuguesa de Neuromusculares, contextualizou a presença da instituição no evento como uma oportunidade para dar visibilidade à causa e informar o público.

"Sabemos o que o rali representa. É velocidade, superação, energia. Mas quisemos mostrar o oposto: pessoas que estão sentadas ou deitadas mais de oito horas por dia e dependem de terceiros para quase tudo", explicou.

A associação representa doenças genéticas raras e progressivas. Hoje reúne cerca de 1.200 associados. Apesar dos avanços técnicos, muitas das dificuldades continuam.

"Trabalhamos com equipas multidisciplinares porque cada patologia é diferente. A evolução varia de pessoa para pessoa. Sensibilizar o público é parte essencial do nosso trabalho", concluiu.

Fundada há 33 anos, a associação surgiu da necessidade de reunir doentes e famílias num contexto de pouca informação e quase ausência de apoios técnicos.

"Tudo em nós é músculo. Não se trata só de deixar de andar. Estas doenças afetam todo o corpo. Trabalhamos com equipas multidisciplinares porque a evolução é diferente em cada pessoa. Há mais de 300 patologias identificadas no grupo das neuromusculares", explicou.

Leia Também: Tänak termina primeira manhã do Rali de Portugal líder por 0,2 segundos

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