Extrema-direita alemã criticada por explorar morte de menino em Frankfurt

Homem que empurrou criança para linha de comboio é natural da Eritreia e o AfD atacou a política de Merkel que permitiu a entrada de refugiados no país.

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Fábio Nunes
31/07/2019 22:58 ‧ 31/07/2019 por Fábio Nunes

Mundo

Alemanha

O partido da extrema-direita alemão, o Alternative für Deutschland (AfD), está a ser alvo de críticas pela forma como tentou explorar a morte de uma criança de oito anos que nesta segunda-feira foi empurrada para uma linha de comboio na estação ferroviária de Frankfurt e acabou por morrer depois de ser atingida por um comboio.

O menino e a mãe (que conseguiu escapar ao comboio) foram empurrados por um homem de 40 anos, natural da Eritreia, e que foi posteriormente detido.

Pouco depois de o caso começar a circular nos meios de informação e de se saber a nacionalidade do autor do crime, o AfD fez uma publicação no Twitter no qual fez referência à decisão da chanceler Angela Merkel de abrir as fronteiras alemãs à entrada de mais de um milhão de refugiados no país no verão e no outono de 2015, no pico da crise de refugiados.

“Quantos mais cidadãos têm de ser oferecidos ao altar desta cultura de boas-vindas que não conhece fronteiras?”, questionou o partido de extrema-direita.

Alice Weidel, uma das líderes do AfD, considerou que este crime era a prova mais recente de que a política de abertura do governo germânico à entrada de refugiados no país em 2015 está a pôr os alemães em perigo.

“O horror deste crime dificilmente pode ser superado. O que mais tem de acontecer? De uma vez por todas protejam os cidadãos deste país ao invés de terem esta cultura de boas-vindas sem limites”, atirou.

Um dos deputados do partido Verde, Konstantin von Notz, afirmou que o comentário de Weidel era “chocante” e sublinhou que a tentativa de aproveitamento da morte da criança é o “nível mais extremo de repugnância”.

Horst Seehofer, ministro do Interior alemão, salientou que a tentativa de explorar este crime “não pode ser permitida” e pediu bom senso, numa altura em que a Alemanha está “polarizada” e onde o “sentimento de segurança na população está muito tenso”.

Habte Araya, o homem que empurrou a criança e a mãe, tinha fugido das autoridades suíças e foi para a Alemanha.

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