PSD "prostitui-se em nome de um desejo irreprimível de estar contra"
“O PSD atravessa grande crise de identidade e de liderança”, atira Simões Ilharco, acusando os sociais-democratas de se “prostituir em nome de um desejo irreprimível de estar contra, sem apresentar, na grande maioria das matérias, propostas alternativas”.
© Global Imagens
Política Simões Ilharco
Simões Ilharco é autor de um artigo de opinião publicado no blog Ação Socialista e um forte crítico da política do principal partido da oposição.
Num texto difundido esta quarta-feira, o socialista subscreve as palavras de Carlos César – “o PSD é o partido do contra – e lembra que, à exceção do Orçamento Retificativo no início do mandato, o sociais-democratas “estiveram contra todas as medidas do Governo”.
“A oposição que faz ao Governo do PS é sistemática e destrutiva. Numa palavra, pratica o bota-abaixo, o oposto de uma oposição séria, construtiva e responsável, apanágio dos partidos democráticos, sem défice de patriotismo. Por vezes, até, renegou-se, traiu-se a si próprio, só para não apoiar o PS”, escreve o socialista.
Em tom de crítica severa, Simões Ilharco admite que o PSD “se prostitui em nome de um desejo irreprimível de estar contra, sem apresentar, na grande maioria das matérias, propostas alternativas” e “se nega a si mesmo e nega a política, que é uma atividade nobre, que não se compadece com estas faltas de ética”.
“A política do bota-abaixo seguida pelo PSD tem sido ruinosa para o partido. A opinião pública olha para Passos Coelho como um líder que diz mal de tudo, irresponsável, que até põe a Comissão Europeia à frente do próprio país”, acrescenta.
“Quanto a mim”, diz ainda Simões Ilharco, “o maior defeito de Passos e seus acólitos é terem inveja pelo país estar no bom caminho, a recuperar bem, sem eles ao leme. O que permite extrair uma ilação: não é só a Comissão Europeia, a Merkel, que, felizmente, deve ter os dias contados, e o guru Schäuble que colocam à frente do país. São também eles próprios, o que é de um narcisismo atroz e de uma falta de patriotismo indigna de dirigentes políticos que se prezem”.
“O PSD atravessa grande crise de identidade e de liderança. O tão falado Montenegro é mais do mesmo, quando é preciso mudar. Caucionou no Parlamento a política de Passos. Que autoridade tem?”, remata o socialista.
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