Empresa quer engenheiros e serralheiros "de excelência" mas não os encontra
Os responsáveis de uma empresa de Famalicão líder mundial no fabrico de máquinas de curvar tubos e perfis queixaram-se hoje de dificuldades em encontrar no mercado profissionais "de excelência" para os seus quadros, desde engenheiros a serralheiros ou fresadores.
© Reuters
Economia Famalicão
"Estamos à procura de novos engenheiros, do muito bom para o excecional, mas temos tido muita dificuldade em encontrá-los", afirmou Manuel Barros, da administração da AMOB, durante uma visita do presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, à empresa.
Segundo Manuel Barros, a empresa tem-se visto obrigada a "acabar de formar", nas suas instalações, os recém-licenciados que vai "colher" nas universidades.
O empresário aludiu a iguais dificuldades em encontrar "bons" serralheiros, fresadores, torneiros ou pintores, atribuindo as culpas, nomeadamente, à extinção das escolas industriais.
"Queremos um bom torneiro mas não existe. Tivemos uma placa durante meses na rua para admitir um pintor e não apareceu nenhum", referiu.
Fundada em 1960, a AMOB transforma o aço que ali chega em máquinas industriais de última geração para curvatura de aço de tubos e perfis, sendo todos os componentes, incluindo robótica e software, desenvolvidos e produzidos pela empresa.
O resultado são máquinas únicas cujo preço pode ascender a três milhão de euros e que já estão espalhadas por 80 países dos cinco continentes.
As máquinas estão ao serviço das indústrias naval, militar, química, petrolífera, aeronáutica e automóvel, entre muitas outras.
Entre elas está a MAH 1000, a maior máquina de arquear hidráulica do mundo, com 175 toneladas de peso, que foi vendida a uma empresa espanhola com capitais chineses e destinada à indústria de extração de minério.
Em 2010, e para "dar vazão" à procura, a AMOB iniciou um investimento de cerca de 30 milhões de euros, que permitiu modernizar e aumentar a área de produção em 15.000 metros quadrados.
O resultado foi um aumento de faturação de 7 milhões de euros, em 2010, para 15,5 milhões, em 2014, tendo também o número de trabalhadores subido de 70 para 130.
Em 2014, a Índia foi o mercado mais relevante da empresa.
"Como não podemos competir pelo preço, competimos pela qualidade e pela alta tecnologia", disse ainda Manuel Barros, sublinhando que a vantagem da AMOB é a produção de "máquinas à medida" do cliente.
O presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, enfatizou o "grande contributo" daquela empresa para "atrair e reter" em Portugal os jovens qualificados.
A visita de Paulo Cunha integrou-se no roteiro "Made in Famalicão", traçado pelo autarca para divulgar e apoiar os exemplos de empreendedorismo e de arrojo empresarial no concelho.
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