Meteorologia

  • 08 MAIO 2024
Tempo
21º
MIN 17º MÁX 30º

Venda na net é solução para fazer frente à concentração editorial

A concentração editorial e do mercado livreiro está a condicionar o trabalho das editoras independentes e a edição de autores desconhecidos, mas a solução poderá passar pela venda na internet, defendeu João Paulo Cotrim, da editora Abysmo.

Venda na net é solução para fazer frente à concentração editorial
Notícias ao Minuto

21:20 - 25/10/15 por Lusa

Cultura Abysmo

"Acredito que haja um caminho alternativo e acho que as pequenas e médias editoras podem ter um site on-line para promover a venda de livros pela internet", defendeu João Paulo Cotrim, da Editora Abysmo, em Óbidos.

João Paulo Cotrim falava em Óbidos, numa mesa que juntou os responsáveis por dois grandes grupos editoriais (Porto Editora e Leya) e duas editoras independentes, a Abysmo e a Tinta-da-china.

A ideia de que de que a concentração editorial "seca" o espaço das pequenas editoras foi consensual entre os editores que nos últimos anos assistiram a uma alteração do panorama da edição de livros.

"A concentração é danosa para a produção literária", reconheceu Manuel Valente, da Porto Editora, admitindo a maior dificuldade de "apostar em novos autores" em relação aos quais não exista "uma certeza absoluta do seu valor no mercado".

O problema agrava-se ainda pela concentração do mercado distribuidor, com "os hipermercados, a Bertrand e a FNAC a concentrarem 80% do mercado" distribuidor, como salientou Bárbara Bulhosa, da editora Tinta-da-china.

De acordo com os editores, a concentração da distribuição condiciona "a colocação de autores desconhecidos" nos circuitos de venda, fazendo com que "um texto inovador seja sacrificado por uma capa que tem que ser sempre igual", em detrimento de obras que têm que seguir fórmulas como "uma cena de sexo de x em x capítulos", criticou João Paulo Cotrim.

Naquela que foi a última mesa do Folio -- Festival Literário Internacional de Óbidos, os editores criticaram as elevadas margens de lucro praticadas pelos hipermercados que tem provocado a falência de várias livrarias do país e fizeram um balanço positivo da participação no festival que, ao longo de 11 dias, reuniu cerca de 500 escritores e artistas de várias áreas.

O festival, que hoje fecha portas, organizou-se em cinco capítulos (Folia, Folio Autores, Folio Educa, Folio Ilustra e Folio Paralelo), e foi palco de lançamentos de livros, debates, mesas redondas, entrevistas, sessões de autógrafos e conversas (improváveis, segundo a organização), entre os autores e o público que participou em larga nas diversas iniciativas do programa.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório