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"Escritores têm de sair do pedestal, buscar quem não se interessa em ler"

‘Também os Brancos Sabem Dançar’ é o primeiro romance de Kalaf Epalanga. O escritor é o entrevistado de hoje do Vozes ao Minuto.

"Escritores têm de sair do pedestal, buscar quem não se interessa em ler"
Notícias ao Minuto

11/12/17 por Fábio Nunes

Cultura Kalaf Epalanga

A arte expressa-se em Kalaf Epalanga nas mais diversas vertentes. Seja através da música, da dança ou na literatura, Kalaf tem tido sempre sucesso. Durante 10 anos foi um dos membros de uma das bandas de maior impacto no panorama musical português, os Buraka Som Sistema. O grupo chegou ao fim e Kalaf reforçou a aposta na sua grande paixão: a escrita.

‘Também os Brancos Sabem Dançar’ marca a estreia de Kalaf na ficção, depois de dois livros que resultaram de compilações das crónicas que escrevia. O livro, editado pela Caminho, foi lançado no dia 21 de novembro e serviu de pretexto para esta entrevista ao Notícias ao Minuto.

O cantor fala sobre o seu sonho de ser escritor e define como a sua “grande missão” conquistar as pessoas que não gostam de ler. Mas também abordou o legado que os Buraka Som Sistema deixaram e não afastou um eventual regresso do grupo.

O livro explora temas que são muito atuais, como a questão da interculturalidade e o fenómeno da migração. Era algo sobre o qual já queria escrever há algum tempo ou surgiu de repente?

Há vários temas que me são caros, digamos assim. É como um músico que tem um género possível e dentro desse género explora todas as vertentes possíveis. Ou seja, as questões de identidade, as questões de deslocação intercontinental, internas, entre periferia-centro, esse tipo de temáticas sempre esteve presente na minha escrita. Acho que até o Miguel Esteves Cardoso no primeiro livro apontava o facto de escrever muito sobre viagens, por exemplo. E viagens não só de avião, mas viagens internas que cada indivíduo faz de acordo com as suas necessidades no dia a dia.

Este livro nasceu já dentro desse leque de assuntos que são as minhas notas, a minha paleta de cores. E foi construído em dois anos. Começou com uma conversa com o escritor Agualusa e ele lançou o desafio depois de estarmos numa palestra sobre música em que o tema do meu painel era o kuduro. Essa palestra foi no Brasil, então eu tive de voltar ao início, voltar a uma base, porque o público não tinha noção nenhuma deste género musical. Tinha uma ideia porque naquela altura havia uma música na novela das nove, que acho que era a ‘Avenida Brasil’. A música era do Lucenzo, ‘Dança kuduro’. Então eles tinham uma ideia do kuduro um pouco deturpada, já depois de ter chegado a França, a Miami. Perdeu muito o seu sumo. Então tive de explicar o 'bê-á-bá'. Quem começou, como é que começou, quais é que foram as circunstâncias que permitiram a este género crescer. E o livro veio daí.

Dá-nos tanta alegria, que eu acho que a música, a dança, a arte, têm a obrigação de aproximar pessoas. Não acredito na arte que destrói pontesVivemos num mundo cada vez mais global, mais intercultural. A ação do livro acontece na Noruega e hoje em dia nos países nórdicos nota-se que há cada vez mais essa interculturalidade. Temos cada vez mais emigrantes de segunda geração que já são noruegueses, de diversas origens.

E isso muitas vezes não é pacífico. No caso da Escandinávia há uma tensão latente e nota-se isso quando estás lá e visitas as periferias dele. Há esta questão árabe, dos dois lados. Há o grupo que não quer fazer parte da grande família norueguesa e depois também há os noruegueses que não querem que eles façam parte. E é interessante depois ver como é que esta segunda geração, que já nasceu dentro daqueles valores, com aqueles princípios, como é que encara esse tema. Acho que é muito rico em termos literários.

Não procuro soluções, longe de mim essa arrogância, mas gosto de iniciar a conversa. Acho que a literatura se dá a esse trabalho, apontar esses aspetos que podem estar a passar ao lado. Principalmente hoje em dia, quando as notícias quase que viraram entretenimento e ficamos meio anestesiados. Ou seja, vemos no telejornal várias pessoas a atravessar o Mediterrâneo, a morrerem pelo caminho e aquilo como que não nos afeta. Parece que estamos a ver um filme de Hollywood. Às vezes precisamos de usar todos os argumentos possíveis para trazer luz para determinados assuntos. Acho que a ficção ajuda. Para já porque a relação que o leitor tem com o livro é íntima. Não lê em voz alta para a família ou para os amigos. E quando estamos ali no silêncio, a absorver aquilo, a criar empatia com determinada personagem e de repente colocamos aquela personagem numa situação que não estávamos à espera, isso alimenta a nossa sensibilidade, a nossa empatia para a luta dos outros. E é isso que os telejornais já não conseguem. Criar essa empatia, essa humanidade.

Apesar de termos este mundo mais global, algumas pessoas, nomeadamente alguns líderes tentam levantar barreiras. A música e a dança, que estão presentes no livro, são boas formas de quebrar essas barreiras?

Exatamente. Na contracapa do livro a M.I.A faz essa justaposição entre os miúdos do primeiro mundo e os miúdos do terceiro mundo e ela diz que temos uma linguagem comum, que é a linguagem do beat, do tambor. Isso une-nos, coloca-nos de igual para igual. A dança tem esse fator. Dançando bem ou mal, não há nada mais humano do que o exercício da dança porque temos de sair de nós para conseguir fazer aqueles movimentos ridículos, mas é tão humano. Dá-nos tanta alegria, que eu acho que a música, a dança, a arte, têm a obrigação de aproximar pessoas. Não acredito na arte que destrói pontes. Não é esse o propósito. Pelo menos da arte que aprecio.

A minha relação com a música nasceu dessa forma. Estar na sala, estar disponível e se calhar ter o tom de voz certoJá passou por alguma situação semelhante à que relata no livro, na qual tivesse de explicar a alguém de uma cultura muito diferente o que é o kuduro?

Muitas das situações neste livro aconteceram. Eu de facto fui preso a caminho da Noruega e tive de explicar o que fazia e explicar de forma bastante sucinta, credível porque parecia ficção. Porque ser parado numa fronteira e dizer ‘Olá, estou a caminho de um concerto num dos vossos maiores festivais. Olharam para mim e disseram ‘epá é impossível’. Sendo que o género musical que não tem nada a ver com algo que conheçam. Inventado em Angola... Foi engraçado. Mas faz parte. Acho que da mesma forma que a Mariza e a Ana Moura têm de explicar o que é o fado, o que é que é a saudade, que é algo que alimenta o fado e de certa forma alimenta a cultura de todos os povos que se expressam em português. Até a kizomba, que é muito festiva, mas tem também uma certa melancolia.

A escrita sempre foi o meu instrumento. Tudo começa com a caneta, com uma palavra, com um verbo. Para mim é uma bênção poder viver do que escrevoLivro após livro está mais perto do sonho de ser escritor?

Sim. Esta vai ser a prova dos nove. Se tiver más críticas provavelmente vou ter de repensar a minha carreira [risos]. Sim, provavelmente sou o músico que provoca mais equívocos na música urbana.

Acho curioso que quando comecei a fazer música a minha ideia era só escrever canções, porque eu não sei cantar, desafino que é uma coisa impossível de acreditar, nunca estou nos tempos. Resignei-me ao facto de que não tinha espaço na música e tentei escrever para outros cantores, mas isso não correu muito bem porque ninguém queria pegar nas minhas letras. A dada altura estava com uma banda de garagem a tentar explicar um verso que estava fora do lugar e entrei na cabine de som para explicar isso à cantora. Na régie – no aquário – estavam várias pessoas. Amigos do produtor, da banda. E uma das pessoas que adorava música eletrónica achava que o meu tom de voz seria perfeito naquelas batidas algo melancólicas que ele estava a criar, um bocado na onda de Massive Attack, Tricky, Portishead. E eu nunca tinha pensado que isso seria possível. Eu ouvia Gil Scott-Heron, Amiri Baraka e toda aquela cena dos poetas e do jazz, mas nunca pensei que teria espaço para declamar os meus poemas no espaço musical. Ele convidou-me, correu bem, lançámos a música que fizemos juntos numa editora chamada Nylon, que entretanto faliu. A música teve boas críticas e de repente todos queriam ter um poeta a dizer coisas nas suas canções. E foi aí que comecei a ser solicitado, até gravar dois álbuns nos quais declamo poesia. Daí a nascer os Buraka foi quase natural porque éramos todos amigos, partilhávamos o mesmo estúdio, o mesmo espaço e os mesmos interesses musicais.

Embora eu tenha um gosto por literatura, também gosto de sair à noite e dançar até às 6h da manhã no Lux e no Alcântara-Mar e isso aproximou-me dos DJs e dos produtores de música eletrónica. As coisas foram correndo bem. A minha relação com a música nasceu dessa forma. Estar na sala, estar disponível e se calhar ter o tom de voz certo.

Mas sempre com o ponto de partida da escrita.

Sim, a escrita sempre esteve presente. Eu vivo da escrita. Ora esteja no registo de crónicas, ora no registo de letras, agora no registo de romance. Mas a escrita sempre foi o meu instrumento. Tudo começa com a caneta, com uma palavra, com um verbo. Para mim é uma bênção poder viver do que escrevo. Ou seja não vivo da literatura por si, mas vivo do que escrevo e isso é maravilhoso.

Os escritores também têm de sair um pouco do seu pedestal e irem à procura desse leitor que por várias razões não está muito interessado em pegar num livroDisse anteriormente que queria escrever principalmente para as pessoas que não lêem, que queria chegar até essas pessoas.

Essa é a minha grande missão e acho que este livro também espelha bem isso. O meu tipo de escrita está próximo da linguagem coloquial, de rua. As referências que vou buscar estão próximas das pessoas que, primeiro, se parecem comigo e depois das pessoas que não se interessam muito por ler, mas que lêem de facto. As pessoas lêem as legendas de um filme, as notícias dos jornais. Algumas pessoas têm é medo do objeto livro, isso é que as assusta. A quantidade de páginas. Mas se lêem um tweet já é meio caminho andado. Consigo conquistá-las 280 carateres de cada vez.

Lembro-me de que quando visitava muitas escolas secundárias e falava com miúdos dos 10 aos 17 anos, que não querem mesmo pegar num livro, tirando aqueles que têm de estudar, eu dizia-lhes ‘Mas vocês fazem posts no Facebook, escrevem coisas para os vossos amigos. Se vocês se preocupam com o que vão escrever naquele post ou naquele tweet, então já têm uma relação com a escrita, com a literatura’. Os escritores também têm de sair um pouco do seu pedestal e irem à procura desse leitor que por várias razões não está muito interessado em pegar num livro.

Notícias ao Minuto "Gosto de pensar que sou apenas escritor porque é esse o ponto de partida"© Blas Manuel/ Notícias ao Minuto

Quais são os projetos literários que se seguem?

Tenho várias ideias. Estou neste momento a aprender como é que o mundo do romance funciona. Mas tenho duas ou três ideias que podem resultar em algo interessante.

Algum livro de poemas, por exemplo?

O que escrevo no formato poema, regra geral tenho sempre algum amigo que vai aproveitar aquilo para ser letra de uma música. Os últimos que escrevi tornaram-se fados da Ana Moura e da Cristina Branco.

Sei que tenho mais crónicas, mas não crónicas para serem publicadas separadamente. Quero reunir crónicas para o formato de um livro. Quero fazer o caminho inverso. Em vez de escrever crónicas e depois compilar. Uma das coisas que eu gosto nas crónicas é essa sensação de continuidade. Tu sabes que todas as semanas aquela pessoa vai voltar àquele lugar e gosto muito das crónicas que são desenvolvidas todas as semanas. Também gosto da ideia de ir ao sabor do vento, do que está em destaque.

Lembro-me de que um dos períodos mais duros da história de Angola foi a questão da prisão dos 15+2. E foi muito interessante. Na altura eu estava a escrever para o portal Rede Angola e todos os cronistas escreviam sobre aquele tema e era muito interessante porque todos tinham pontos de vista diferentes, gerações distintas, angolanos a viverem fora de Angola, angolanos a viverem em Angola. Era muito rico em termos de diálogo, de crónica. Talvez fosse só para mim, o fã desse género, aqui a celebrar este tipo de abordagem. Mas gosto desse tipo de diálogo nas páginas dos jornais. Eu costumo ler os jornais de trás para a frente para primeiro ler a opinião e depois ler as notícias.

O único talento que, provavelmente, tenho é escreverAssinar como Epalanga é uma homenagem ao seu avô. Quão influente foi ele na pessoa que o Kalaf é hoje, na sua forma de pensar?

Bastante. Tenho este nome, faz parte de mim. Foi-me dado em homenagem a ele porque era o nome dele e eu senti que devia trazê-lo para cá, principalmente porque o meu avô faleceu há relativamente pouco tempo. Herdei os diários dele. Ele escrevia muito. Queria ser escritor mas não publicou nada e eu queria que o nome Epalanga tivesse uma certa longevidade. Segundo ponto, tenho muito orgulho nos angolanos que não se vergaram às necessidades materiais. Ou seja, que se mantiveram fiéis aos seus valores morais. Ele foi um desses angolanos. Não foi o único, houve vários. Infelizmente, essa geração está quase extinta. Por ele também ter sido assim, sinto que merece ser citado sempre, a cada oportunidade. Provavelmente, será até mais um dia do que faço atualmente. Nós não somos só capital, só cifrão. Há algo mais importante do que o petróleo, do que os diamantes, algo que nos faz angolanos. Esses valores têm sido postos em cheque nos últimos anos, nas últimas décadas, mas ainda existem. E eu nunca me vou cansar de fazer incidir a luz sobre estes indivíduos, pois são muito importantes para a nossa construção social.

Poeta-cantor, agitador cultural, escritor, músico, como é que o Kalaf se define?

Escritor. Se vivesse em Nova Iorque provavelmente alguém ia dizer que sou um homem da Renascença [risos]. Mas gosto de pensar que sou apenas escritor porque é esse o ponto de partida. Tudo começa com uma ideia que é colocada no papel e depois vai-se expandindo. O facto de me sentir como um homem da cultura, de trabalhar sobre ela e com ela, é por necessidade e por sentir que para existirem mais ouvintes e mais leitores eu preciso de me envolver noutros aspetos da atividade cultural e ir mais além do que o espaço do meu estúdio de trabalho.

Muitas vezes diz que não é talentoso ou que é a pessoa menos talentosa na sala, mas para alguém que se considera pouco talentoso trabalha e explora várias áreas.

Entre os meus amigos garanto que há pessoas que conseguem fazer coisas incríveis e o único talento que, provavelmente, tenho é escrever. Para o número de atividades que experimento, eu não domino nenhuma delas bem.

Mas tem sido bem sucedido.

Há vários fatores. Por sorte. Timing. Saber quando atuar, quando agir. Não havia muitas pessoas a fazerem a ponte entre a música de dança que era consumida nos subúrbios de Lisboa e Angola. E o facto de ter tido ao meu lado, ao longo do meu caminho, pessoas audazes o suficiente para achar que era possível. Ninguém constrói nada sozinho. Buraka não é só fruto daquelas cinco pessoas que estavam no palco. É toda uma conjuntura. Se o Lux não nos tivesse dado residência, se a Red Bull Music Academy e a Red Bull Portugal não tivessem achado que o que fazíamos era interessante e não tivessem utilizado a máquina deles para nos divulgar, ou se a MTV não tivesse olhado para o nosso videoclip do ‘Yah!’, feito com 50 euros, e considerado que era válido para passarem na MTV, se a Rádio Oxigénio não tivesse achado que fazíamos coisas interessantes, se o Montez não nos tivesse posto no Sudoeste… A própria Sony decidiu reeditar no nosso EP quando esgotou e torná-lo numa edição mais abrangente. Tudo isto fez com que o projeto Buraka tivesse uma maior audiência e isso faz a diferença.

Se fizer sentido regressarmos, que seja porque estamos todos equilibrados e a fazermos isso pelo prazer de estarmos juntos em palcoQual foi o maior legado que os Buraka Som Sistema deixaram?

Abrimos caminho para que outros estejam a chegar agora às Faders. Buraka acabou mas Portugal continua a ter presença nesse tipo de publicações através do que a Príncipe está a fazer, do que a Enchufada está a fazer. Internamente conseguimos reconhecer as diferenças, mas para quem não nos conhece, para quem não fala a nossa língua, fazemos todos parte do mesmo, é tudo fruto do mesmo movimento, do mesmo legado. E eu acho que isso é muito importante.

Nunca pensei que o nosso trabalho se encerrava só em nós. Sempre pensei que era necessário criar uma avenida gigante para que mais pessoas viessem, para que mais pessoas usassem o caminho que nós trilhámos para trazer mais conversa, mais música, mais cultura. Porque só assim podemos chegar aqui e dizer que temos um passado, um legado. Da mesma forma que não nego o trabalho que o DJ Vibe fez. Não imaginas o quão importante é ter essa capacidade de fazer um miúdo de 14 anos acreditar que se quiser também consegue. Isso é vital. Um miúdo de 18 anos não se lembra do que era a sua vida antes de Buraka.

Sei que neste momento pretende dedicar-se mais à escrita, mas tendo em conta o impacto que os Buraka Som Sistema tiveram na cena musical nacional impõe-se a questão: têm em vista um regresso?

Não é tabu nenhum. Todos nós no grupo gostamos de estudar a história da música e a história da música é feita de regressos espalhafatosos, de reuniões. Nós brincamos com isso. Internamente temos essa piada. ‘Daqui a 20 anos regressamos e fazemos uma gracinha’. Mas acho que antes do regresso de Buraka, adoraria ver, por exemplo, a Blaya com um álbum a solo e a conseguir encontrar o seu espaço na música urbana, na música de dança. Ou então pessoas que estão relacionadas com Buraka como a Pongo Love.

Para mim antes desse regresso de Buraka gostava de ver estas pessoas a chegarem um pouco mais além. Acho que o Branko está a fazer um caminho excelente, está na pole position. Está a trabalhar agora no segundo álbum. É óbvio que não é justo colocar nos ombros dele a responsabilidade de manter vivo o legado de Buraka. Não é responsabilidade de nenhum de nós, individualmente. Mas em termos coletivos um dos meus desejos é contribuir para que isso aconteça, de nos estimularmos internamente para que todos nós estejamos no nosso melhor, independentemente da área que abraçarmos. Se a Blaya agora só quiser desenvolver o seu trabalho na dança, desejo que esteja no seu melhor. O Andro que agora só está na produção, quero que esteja no seu melhor. Espero que no dia que desejarmos regressar não estejamos todos arrumados. Todos barrigudos e com cabelos brancos e claramente a fazer só isto por dinheiro.

Se fizer sentido regressarmos, que seja porque estamos todos equilibrados e a fazermos isso pelo prazer de estarmos juntos em palco.

* Pode ler a segunda parte desta entrevista aqui

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