Nintendo: Nova consola é "uma quebra com a herança da Wii e 3DS"

O Tech ao Minuto teve oportunidade de entrevista Jorge Vieira , Relações Públicas da Nintendo Portugal, a propósito da próxima consola da tecnológica japonesa, a Switch.

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Miguel Patinha Dias
31/10/2016 09:00 ‧ 31/10/2016 por Miguel Patinha Dias

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Entrevista

Em outubro a Nintendo publicou um vídeo que, mesmo sendo de curta duração, teve a importante tarefa de apresentara próxima consola da tecnológica japonesa, a Switch. A revelação de uma nova consola costuma estar reservada para grandes eventos mas, neste caso, a Nintendo optou por uma abordagem diferente.

Não obstante, isso não significa que a abordagem da Nintendo não tenha sido eficaz, com o vídeo a focar-se no conceito da consola poder ser ligada à televisão ou levada para todo o lado como uma portátil.

Com a impressão inicial criada, o Tech ao Minuto falou com o Relações Públicas da Nintendo Portugal, Jorge Vieira, sobre a Switch, a ‘passagem de testemunho’ da antecessora, a Wii U, e o que os próximos meses reservam de revelações sobre a consola.

Quais foram as reacções ao vídeo de revelação da Nintendo Switch?

Mesmo do que estávamos à espera. As pessoas precisam de visualizar para realmente perceberem o que a consola faz. Uma das grandes falhas da Wii U foi exactamente não conseguir transmitir as vantagens de teres o segundo ecrã e as possibilidades que aquilo te abria a nível de jogos.

A Wii apostou muito no público dos jogadores mais casuais. A Switch terá a mesma aposta?

O que se pretende é uma quebra com essa herança da Wii e da 3DS. Por exemplo, uma das críticas feitas mais frequentemente à Wii U é que tentava fazer tudo para todos. Os controlos de movimentos da Wii, os botões mais tradicionais para os jogos triple AAA, o ecrã sensível ao toque para ‘piscar o olho’ aos tablets e aos smartphones. Neste momento o objetivo passa por não bombardear o público com informações, tentou mostrar-se algo muito mais simples, muito mais claro. É uma consola que podes jogar na sala e levares para todo o lado.

O ecrã da Switch é sensível ao toque?

Neste momento não está confirmado mas as experiências pensadas para a Switch são pensadas para apenas um ecrã.

Se a Switch vir a ter um ecrã táctil, isso não abriria portas para o mercado mobile?

“Eventualmente. Se pensares no lado portátil da Switch sim, mas em casa o ecrã fica obstruído na Dock”.

A Switch pode competir ou estar em pé de igualdade com as concorrentes? Nomeadamente PS4, Xbox One e a sucessora Scorpio?

Aí é que vamos tentar perceber no futuro que tipo de experiências é que a consola será capaz de proporcionar. Pelo menos uma coisa já todos deduziram. Vai sair um novo ‘The Legend of Zelda’ para a Wii U e para a Switch, portanto, em termos de desempenho vai ter o mesmo desempenho ou superior ao da consola

O mais importante é mesmo a arquitectura da consola para os developers, até que ponto é que é fácil ou não fazer as conversões dos jogos.

Foi uma preocupação?

Sim. Obviamente, o sucesso de qualquer consola está muito dependente não só dos jogos produzidos internamente mas também do apoio dado por ‘third parties’.

Acho que existe uma noção errada no mercado sobre porque é que estas third parties apoiam ou não apoiam as consolas da Nintendo. Há muito a ideia de, ‘As consolas da Nintendo são muito inovadoras ou diferentes e as produtoras acabam por pensar que não vale a pena gastarem mais recursos a adaptarem os seus jogos’, mas a história mostra-nos o contrário, esse apoio está dependente de vendas. Basicamente, se uma consola vende o suficiente para justificar produzir um jogo essas consolas, as produtoras acabam por fazê-lo. As vendas da Wii U não atingiram um determinado patamar determinado rápido para justificar a aposta.

O mercado está preparado para uma consola assim?

Conceptualmente e pela reacção que as pessoas tiveram, acho que sim, que o mercado está preparado e quer algo assim.

O preço é um fator determinante. A grande questão aqui são as especificações. Até que ponto é que as especificações da consola, uma bateria suficientemente duradoura para teres a experiência fora de casa,… até que ponto é que vai haver um compromisso para chegares a um preço que seja suficientemente tentador para que toda a gente queira comprar uma Switch.

Já existem milhões de consolas desta geração vendidas. Muita gente já tem uma consola em casa e acabam por olhar para a Switch como uma segunda consola. Os exclusivos da Nintendo acabam sempre por ser uma tentação.

O facto de a Wii U não ter tido um ‘The Legend of Zelda’ não pode ter ajudado a não ter sido um sucesso?

A título pessoal, continuo a achar que a criatividade do catálogo da Wii U é das melhores da Nintendo. ‘Splatoon’, um shooter muito diferente de tudo do mercado; ‘Super Smash Bros.’, possivelmente o melhor da série e com montes de conteúdo para desbloquear; ‘Mario Kart 8’, considerado um dos melhores ‘Mario Kart’ dos últimos anos; ‘Super Mario Maker’, ‘Super Mario 3D World’, ‘Pikmin’,… e isto só os dos estúdios internos. Depois tens jogos como ‘Bayonetta 2’, considerado por várias publicações um dos melhores jogos do ano em que saiu. Em termos de line-up, tens um line-up brutal, muito forte. Faltou o resto.

Alguns jogadores podem ter pena de ter perdido esses jogos por o tempo de vida da Wii U ter sido tão curto. Há alguma possibilidade de virem a ser lançados de alguma forma na Switch?

O que se sabe sobre a Switch ainda é muito pouco mas olhando para o historial da Nintendo, há a Virtual Console que permite comprares digitalmente uma série de clássicos, sendo que com a Wii U tiveste os remasters em HD. Tudo indica que em alguma altura pode haver a possibilidade de os adaptar à Switch. Se vão ser adaptações desses jogos ou se serão jogos completamente novos isso ainda não se sabe.

(Esta peça é a primeira parte de uma entrevista mais alargada feita a Jorge Vieira. A segunda parte será publicada posteriormente.)

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