Observatório de Segurança considera ataque a emails do Governo simples de fazer

O porta-voz do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo disse esta terça-feira que o ataque informático de segunda-feira aos emails do Governo é "relativamente simples", mas que a cibersegurança é uma questão de interesse estratégico.

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Lusa
02/04/2013 13:59 ‧ 02/04/2013 por Lusa

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"Há que desvalorizar um bocado, não a segurança, mas este tipo de ataque, que é relativamente fácil", disse à Lusa Filipe Pathé Duarte.

Segundo explicou, para realizar este ataque é só "fazer cópias ou réplicas de mails e depois alocá-los em servidores sabe deus onde e utilizá-los. É relativamente simples fazer isso e qualquer pessoa próxima à informática sabe fazer isso com relativa facilidade".

Um endereço electrónico oficial do secretaria de Estado da Cultura foi usado na segunda-feira para distribuir um comunicado falso a dar conta da alocação de mais verbas para apoios às artes, e um endereço oficial da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte foi utilizado para veicular um comunicado falso a dar conta da contratação de 600 enfermeiros.

Questionado na altura pela Lusa, o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros negou que o Governo estivesse sob ataque informático, esclarecendo que os comunicados falsos enviados a partir de emails oficiais tiveram origem na apropriação indevida dos endereços electrónicos.

Luís Marques Guedes esclareceu ainda que a situação teve origem no recurso a um ‘fake mail’, um email falso que permite enviar correios como se estes tivessem origem em endereços válidos. O ‘fake mail’, adiantou, terá sido enviado a partir de um servidor alojado na República Checa.

Apesar de admitir que o Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) vai acompanhar a situação, Filipe Pathé Duarte afirmou que, "pelo menos para já não parece ser um caso para análise" daquele organismo e lembrou quem deverá agir é o Ceger, ou seja, o Centro de Gestão da Rede Informática do Governo.

O porta-voz do OSCOT sublinhou que os ataques cibernéticos são, hoje, uma tendência geral no mundo, já que "o ciberespaço é uma plataforma de comunicação quer entre cidadãos, quer entre o Governo e cidadãos, quer entre os membros do Governo".

Por isso, referiu, é uma plataforma "naturalmente vulnerável a qualquer tipo de ataque e a qualquer tipo de perturbação".

Essa vulnerabilidade e a importância do ciberespaço como plataforma de comunicação leva a que seja "do interesse do próprio Governo garantir a segurança máxima desse ciberespaço, tal como é garantir a segurança dos cidadãos", admitiu, lembrando que essa prioridade esteve na base do novo conceito estratégico de defesa da Nato, aprovado em Lisboa, em 2010.

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