"As empresas portuguesas estão em fase de transição, o que pode ser uma oportunidade, pelo facto de, em Portugal, estar reunido o ambiente propicio à aposta na digitalização", afirmou Rui Costa, a propósito da divulgação de um estudo elaborado pela Deloitte, a pedido da Siemens, sobre o estado atual do tecido empresarial português ao nível da digitalização
Segundo o estudo "The Digital Enterprise Reality: Europe & Portugal", que inclui um 'ranking' do índice global de Maturidade Digital das Empresas, Portugal ocupa o 15.º lugar, entre 29 economias europeias.
Rui Costa considera que Portugal pode subir nesta classificação e exemplifica algumas das prioridades: "O investimento na formação dos recursos humanos e a utilização de ferramentas tecnológicas para modernizar negócio".
"Estes são dois exemplos do investimento necessário para as empresas portuguesas darem o salto em termos de competitividade", salienta o responsável.
Embora reconheça que Portugal ainda está em processo de mudança, quer a nível político, quer a nível económico, Rui Costa considera que "esta conjuntura não deverá travar as empresas nacionais na tomada de decisão pelo investimento certo".
"As empresas nacionais estão a trabalhar num mundo cada vez mais global e fechar os olhos à transformação digital poderá ser fechar os olhos a oportunidades de negócio e ao crescimento", alerta, defendendo que aquilo que não devem fazer "é ficar paradas, à espera, sem começarem já a adaptar-se e a fazer a transação para a nova era digital".
Segundo o estudo, Portugal é um país que oferece boas condições para a transformação digital das empresas, mas estas "mantêm-se hesitantes" em explorar as oportunidades digitais.
"Se as empresas portuguesas acelerarem a sua adaptação às novas tecnologias e investirem no desenvolvimento de serviços digitais, Portugal vai tornar-se mais maduro em termos digitais e subir a sua posição no 'ranking' global do índice Maturidade Digital das Empresas", lê-se no estudo.
No entanto, "temos de ser rápidos em termos de digitalização, senão ficamos para trás", advertiu, por sua vez, Joaquim Ribeiro, 'partner' da Deloitte.
"O mundo está a mudar a um ritmo alucinante. Atualmente existem mais 'smartphones' [telefones inteligentes] e 'tablets' do que pessoas. E o aumento da maturidade digital vai ser uma fonte de valor para as empresas", sublinhou.
Além disso, "a adoção de tecnologias digitais será a chave para a transformação das empresas portuguesas", concluiu.
Finlândia, Dinamarca, Noruega e Suécia lideram, por esta ordem, o 'ranking' hoje conhecido, sendo os países cujas empresas apresentam maior maturidade digital, enquanto na cauda da classificação estão as empresas da Grécia (27.ª posição), Bulgária (28.ª) e Roménia (29.ª ).