A ESA resultou da fusão da Organização Europeia de Projeto e Construção de Lançadores Espaciais e da Organização Europeia de Investigação Espacial.
A convenção que oficializou a criação da agência foi assinada em 30 de maio de 1975 por Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido e em 09 de agosto desse ano foi lançada a primeira missão científica, a Cos-B, uma sonda espacial de monitorização das emissões de raios gama no Universo.
Outras missões se seguiram, muitas em parceria com a agência congénere norte-americana (NASA), como voos tripulados para a Estação Espacial Internacional, exploração robótica e de observação em órbita de planetas, estrelas, galáxias, cometas e asteroides, manutenção do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, e conceção de satélites, sondas, telescópios, naves ou foguetões.
Portugal assinou a convenção de adesão à ESA em 15 de dezembro de 1999, tornou-se o 15.º Estado-membro da agência em 14 de novembro de 2000 e recebeu em 19 de novembro de 2021 a reunião ministerial intercalar do Conselho da ESA, órgão dirigente da agência onde cada Estado-membro está representado.
Criada em 2019, a Agência Espacial Portuguesa (Portugal Space) coordena a participação portuguesa na ESA.
Em 2025, a lista de países-membros da ESA ficou completa com a entrada na agência da Eslovénia, em 01 de janeiro.
A 06 de março foi lançado o primeiro voo comercial do novo foguetão europeu, o Ariane 6, que transportou um satélite de observação francês.
Mais recentemente, em 29 de abril, foi enviado um satélite para monitorizar a biomassa florestal global e o armazenamento de carbono, que teve o contributo tecnológico de empresas portuguesas.
A ESA executa missões de exploração planetária e de observação da Terra, desenvolve tecnologias e serviços de satélite e promove a indústria europeia, investindo em cada Estado-membro através de contratos industriais para programas espaciais, numa quantia mais ou menos equivalente à quota financeira de cada país para a ESA, calculada de acordo com o respetivo Produto Interno Bruto.
Além de contribuir obrigatoriamente para o orçamento e programas científicos espaciais da ESA, cada Estado-membro pode optar ainda por outros programas e decidir o montante do financiamento que quer atribuir.
Segundo a ESA, em média cada cidadão de um país-membro paga em impostos para gastos com os programas espaciais o correspondente a um bilhete de cinema.
Entre 2019 e 2024, os contratos industriais da ESA com Portugal ascenderam a 84 milhões de euros e incidiram, nomeadamente, em programas de telecomunicações, observação da Terra, segurança, transporte e exploração espacial, experiências e instrumentação científicas e inovação tecnológica.
O "ranking" das 20 entidades portuguesas com mais contratos ESA foi liderado por empresas, seguindo-se centros de tecnologia e inovação e instituições universitárias.
No "top" 10 das missões da ESA com participação portuguesa estão a Forum, com lançamento previsto para 2027, que vai estudar a radiação emitida pela Terra para o espaço.
Seguem-se, em termos de montantes contratualizados, as missões Ariel, Plato, Hera, Adrios e Proba-3, de acordo com dados da Portugal Space, que cita a ESA.
Com lançamento apontado para 2029, a missão Ariel, que tem liderança científica portuguesa, vai estudar a atmosfera de mil planetas extrassolares, enquanto a Plato, agendada para 2026, pretende encontrar planetas semelhantes à Terra.
Enviada para o espaço em outubro, a sonda Hera vai estudar o asteroide Dimorphos, cuja órbita foi alterada em 2022 pelo impacto de uma sonda lançada pela NASA.
Dimorphos, satélite natural do asteroide Didymos, foi o primeiro corpo do Sistema Solar cuja órbita foi modificada pela atividade humana.
A sonda Hera pretende com os seus instrumentos, 12 ao todo, reunir dados sobre Dimorphos que comprovem que a mudança de direção da trajetória de um corpo como um asteroide é uma técnica de defesa planetária fiável.
Nesta missão, várias empresas portuguesas participaram no desenvolvimento de componentes tecnológicos e operacionais da sonda.
A missão Adrios será a primeira do género a remover lixo espacial, com lançamento previsto para 2028.
Em órbita com dois satélites, a missão Proba-3 vai estudar a coroa (camada mais externa da atmosfera) do Sol.
Portugal acolhe um dos centros da ESA de incubação de empresas e estações e antenas de rastreamento de satélites.
Na ilha açoriana de Santa Maria vai aterrar o vaivém espacial europeu Space Rider após o seu voo inaugural, previsto para 2027.
Com sede em França, a ESA tem centros nos Países Baixos, Itália, Alemanha e Espanha ligados à investigação e tecnologia, observação da Terra, formação de astronautas, astronomia e operações espaciais.
A agência emprega diretamente mais de duas mil pessoas, incluindo cientistas, engenheiros e administrativos de todos os Estados-membros. Segundo a ESA, os portugueses eram, no final do ano passado, 43.
Do corpo de astronautas europeus não faz parte nenhum português.
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