Aplicação alerta comunidades da Amazónia sobre incêndios e desflorestação

Organizações ambientais apresentaram uma aplicação que permitirá que comunidades indígenas e quilombolas [descendentes de africanos que fugiram da escravatura] saibam em tempo real se a Amazónia brasileira está a ser desflorestada ou se há incêndios nas suas regiões.

Incêndios na floresta da Amazónia

© Reuters

Lusa
22/09/2021 07:14 ‧ 22/09/2021 por Lusa

Tech

Brasil

 

A ferramenta tecnológica, apresentada na terça-feira e desenvolvida em conjunto pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e pelo Programa Servir-Amazónia, permitirá o acesso a dados confiáveis de fontes oficiais sobre desflorestação, focos de incêndio e delimitação de reservas indígenas e ambientais.

Denominada de 'TerraOn Track', esta aplicação será alimentada de informações divulgadas por entidades governamentais como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Ministério do Meio Ambiente, e até pela Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA), dos Estados Unidos

Inicialmente, os dados de desflorestação serão atualizados diariamente com base nas informações do programa "Deter", do INPE. Já para informações sobre incêndios, a aplicação compilará dados consolidados até ao início de cada mês.

Para a próxima versão, a aplicação contará com uma ferramenta que permitirá integrar-se à base de dados de alertas de incêndio da NASA, oferecendo atualizações diárias.

Segundo os seus criadores, as informações dessa ferramenta tecnológica também podem ser utilizadas pelas comunidades para a administração dos seus territórios. Dessa forma, poderão tomar decisões sobre quais serão as melhores áreas para cultivo ou para recoleção.

Nesta primeira etapa, a aplicação terá apenas dados da região norte do Pará, um dos maiores estados da Amazónia brasileira e que concentra diversas reservas indígenas e ambientais, além de outros projetos territoriais em andamento.

Segundo Vinicius de Faria, porta-voz do Imaflora, a aplicação também permite que os utilizadores indiquem incêndios ou abate de árvores que testemunhem e não estejam registados inicialmente naquela ferramenta.

"É só incluir as coordenadas, adicionar fotografias e as informações são enviadas para o banco de dados da plataforma, tornando-as acessíveis a outros utilizadores", garantiu Faia à agência espanhola EFE.

Para facilitar a utilização desse tipo de tecnologia em áreas rurais, onde é difícil ter acesso à internet, está a ser desenvolvida uma versão "off-line" [desconectada da internet]

"Terá as mesmas funcionalidades como se estivesse conectado por internet, a única diferença é que se você carregar algum novo dado (de incêndio ou desflorestação), só será registado na plataforma quando você tiver acesso à internet novamente", detalhou o porta-voz do Imaflora.

Dados oficiais mostram que só em 2020, a Amazónia brasileira perdeu cerca de 10.300 quilómetros quadrados de floresta devido à desflorestação. Nesse mesmo ano, registou 103.161 focos de incêndio.

Leia Também: Alertas de desflorestação na Amazónia diminuem novamente

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