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Inteligência Artificial. União Europeia no rumo certo

Um artigo de opinião assinado por Cristina Caldeira, professora e coordenadora do Privacy & Data Protection Centre da Universidade Europeia e especialista na área da Propriedade Intelectual.

Inteligência Artificial. União Europeia no rumo certo
Notícias ao Minuto

12:45 - 02/06/21 por Notícias ao Minuto

Tech Artigo de opinião

"A liderança global da Europa na adoção de novas tecnologias deve assentar na maximização dos benefícios da aplicação da Inteligência Artificial (IA), promovendo o seu desenvolvimento centrado no ser humano, sustentável, seguro, inclusivo e confiável. 

Passados cinco anos da entrada em vigor do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), existe uma maior sensibilidade aos desafios resultantes da aplicação da IA para a privacidade e para a segurança, sendo o campo jurídico desafiado, continuamente, pelo caráter disruptivo da IA. E este desafio agudiza-se na medida em que as tecnologias se tornaram mais invasivas e subtis, tornando-se necessário definir limites éticos que possam assegurar o espaço vital e o mínimo existencial dos cidadãos.

A Comissão Europeia apresentou recentemente um pacote legislativo sobre IA, incluindo novas regras e ações, com o objetivo de transformar a Europa no centro global de Inteligência Artificial de confiança. Pretende-se, assim, impulsionar a investigação, a capacidade industrial e a garantia dos direitos fundamentais.

A proposta de regulamento que estabelece regras harmonizadas sobre Inteligência Artificial possui um âmbito de aplicação alargado, abrangendo e criando obrigações para a maioria dos intervenientes na cadeia de produção de IA, incluindo: fornecedores de sistemas de IA, entidades que utilizam sistemas de IA e, ainda, os importadores, distribuidores e fabricantes de produto e representantes autorizados. 

Relativamente à aplicação territorial, a Lei da Inteligência Artificial será aplicável mesmo quando uma entidade não se encontre estabelecida na UE, desde que o sistema seja colocado no mercado, ou ao serviço dentro do mercado europeu, ou que o resultado produzido pelo sistema de IA seja utilizado na UE. 

O quadro regulamentar sobre IA é baseado no risco e vai além da componente legal, ao reforçar a componente ética, alinhando-se com o 'Regime relativo aos aspetos éticos da Inteligência Artificial, da robótica e das tecnologias conexas', apresentado pelo Parlamento Europeu em 2020. Essa é a razão fundamental para a revisão do Plano Coordenado para o Desenvolvimento e Utilização da IA, um plano criado em 2018 e que representa um compromisso conjunto da União Europeia e dos Estados-membros para maximizar o potencial da Europa e competir globalmente. Este Plano lançou as bases para a cooperação, definiu as áreas de investimento e encorajou os Estados-membros a desenvolver estratégicas nacionais para a implementação da IA. 

Em 2019, Portugal apresentou a 'AI Portugal 2030', a estratégia nacional para a Inteligência Artificial assente em sete pilhares: inclusão e educação; qualificação e especialização; áreas temáticas para a investigação e inovação em redes europeias e internacionais; administração pública e a sua modernização; áreas específicas de especialização em Portugal com impacto internacional; novos desenvolvimentos e áreas de suporte nas redes europeias e internacionais e novos desafios da sociedade trazidos pela IA: ética e segurança.

O objetivo é que o Plano Coordenado sobre IA para a Europa seja revisto regularmente. A revisão agora proposta deve-se a vários fatores, designadamente ao alinhamento da política com o White Paper de 2020 sobre IA (IA centrada no ser humano e confiável); aos desenvolvimentos tecnológicos (novos componentes, conceitos de computação, infraestrutura de dados, novos aplicativos); ao Green Deal; ao impacto da COVID-19 e às lições aprendidas nos últimos dois anos de implementação, exigindo-se passar da intenção à ação.

Por fim, o pacto legislativo apresentado pela Comissão Europeia, durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, prevê quatro objetivos nucleares para a política de IA na Europa que passam por definir as condições de habilitação para o desenvolvimento da IA; garantir que as tecnologias de IA estão ao dispor das pessoas; fazer da UE um lugar de excelência, desde o laboratório ao mercado; e construir lideranças estratégicas em setores como o clima e o meio ambiente, saúde, robótica, setor público e agricultura. A materialização desses objetivos é essencial à liderança global da União Europeia, em matéria de IA."

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