A NASA quer mandar em 2030 missões tripuladas a Marte. Contudo, segundo vários cientistas, antes de aterrarem no planeta vermelho, os astronautas deveriam aproveitar e passar por Vénus.
A sugestão foi defendida num novo artigo escrito por vários investigadores na revista científica 'Acta Astronautica', que acreditam que esta paragem no segundo planeta do Sistema Solar pode oferecer benefícios à missão a Marte.
Entre os argumentos, cita o The New York Post, destacam-se: "Um melhor aproveitamento da energia que requer a missão a Marte" e o facto de se "visitar um segundo planeta".
"A passagem humana em Vénus não é só uma viagem gratuita é também uma mais valia para toda a missão. (...) Não existe qualquer razão pela qual não se fique entusiasmado com esta abordagem de 'dois planetas pelo preço de um'", pode ler-se no artigo, que contou com a participação de dezenas de cientistas de organizações e universidades de prestígio, tais como, a Universidade Johns Hopkins e a NASA JPL.
Os investigadores detalham ainda que a paragem em Vénus acrescenta pouco menos de um ano ao plano de viagem inicial. Contudo, se a missão avançar com a passagem no segundo planeta, existe a possibilidade de se verificar um "aumento do risco de radiação solar" a que estarão expostos os astronautas, em comparação com uma missão apenas com rumo a Marte.
Conhecido como 'Gémeo mau da Terra', o planeta Vénus tem condições climáticas extremamente inóspitas, sendo que as temperaturas podem atingir os 462 graus. No final de 2019, a NASA revelou estar a trabalhar numa aeronave pensada especialmente para explorar este planeta, que tem mais vulcões do que qualquer outro corpo celestial no Sistema Solar.
No início deste mês, a agência norte-americana também anunciou que decidiu adiar o lançamento da sua nova missão de levar um rover a Marte - a Perseverance - e que a mesma não acontecerá antes de 30 de julho.