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Rio pede reformas de regime sem demagogia e populismo

O presidente eleito do PSD, Rui Rio, defendeu hoje a urgência de realizar reformas estruturais em áreas como a justiça, o Estado e o sistema político, mas recusando a demagogia e o populismo.

Rio pede reformas de regime sem demagogia e populismo
Notícias ao Minuto

00:04 - 17/02/18 por Lusa

Política Congresso do PSD

"Substituir o discurso fácil e popular por uma ação séria e frontal é, hoje, mais do que nunca, um risco acrescido, mas é a única forma de servir a causa pública com nobreza e seriedade intelectual", defendeu, no seu discurso inaugural perante o 37.º Congresso do PSD.

O antigo autarca do Porto dedicou parte da intervenção de cerca de 45 minutos a muitos dos temas que dominaram a sua campanha e os discursos que fez nos últimos anos.

Por exemplo, voltou a apontar a necessidade de reformas de um regime, que já leva 41 anos, que sejam capazes de voltar a construir "um contrato de confiança entre os cidadãos e a democracia".

"Se não o fizermos, podemos continuar a dizer que vivemos em democracia, mas estaremos, cada vez mais, a viver numa democracia que, cumprindo o seu plano formal, não deixará de continuar a enfraquecer", alertou.

"Não é pelo facto de não termos uma ameaça iminente de uma ditadura clássica e de estarmos integrados no espaço europeu que a democracia não se poderá continuar a degradar, se dela não tratarmos", acrescentou, defendendo que os interesses corporativos ou individuais nunca se podem sobrepor ao da maioria.

Nas reformas a concretizar, incluiu o sistema político, a justiça -- onde pediu o combate da "politização da justiça e da judicialização da política" --, e a reforma do Estado, onde incluiu a da descentralização.

"Trata-se seguramente de uma matéria de regime porque é uma exigência democrática que o desenvolvimento e a igualdade de oportunidades sejam uma realidade para todos os portugueses na mesma medida", afirmou.

Para Rui Rio, também deverá haver lugar a alterações na defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, nomeadamente ao nível da comunicação social.

"Quantas vezes, ao abrigo de uma suposta liberdade não se agridem os direitos dos mais vulneráveis? Quantas vezes, nesta sociedade que se quer democrática, cidadãos não viram impunemente a sua condenação ser feita na comunicação social, em vez dos tribunais, que é o lugar certo?", questionou.

No entanto, alertou, todas estas reformas terão de ser feitas recusando a demagogia e o populismo.

"Fazer reformas com venerada obediência ao politicamente correto será condenar a própria democracia", afirmou, defendendo que o objetivo principal deve ser o "prestigiar da função política".

Para Rui Rio, quanto mais se desprestigiar a classe política, "menos portugueses sérios e competentes estarão disponíveis para a causa pública".

Também a nível partidário, Rui Rio admitiu a existência de "uma crise de falta de credibilidade e de simpatia" dos cidadãos e apontou como desafio que o PSD "seja o primeiro a erguer-se".

Como forma de incentivar a proximidade com os cidadãos, Rui Rio apontou o fim aos "vetos de gaveta à entrada de novos militantes por medo de se perder a pequena influência local", substituindo-os pela "entrada livre de todos os portugueses", no que pareceu ser um abrir de porta aos simpatizantes.

Aliás, Rui Rio defendeu mesmo que devem ser chamados, na construção do futuro programa de Governo do partido, "cidadãos que, nunca tendo militado politicamente, são elementos valorosos da sociedade civil, com elevados níveis de competências nas suas áreas profissionais".

Ainda sobre o partido, o novo presidente preconizou um "funcionamento administrativo moderno, regulamentos eficazes e uma fiscalização independente, bem como contas partidárias equilibradas".

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