"Mário Centeno tem demonstrado que, de facto, havia alternativa"

Miguel Sousa Tavares analisa as possíveis consequências políticas da aprovação do Programa Nacional de Reformas e do Programa de Estabilidade, discutidos hoje entre o Presidente da República e o PS, PSD e Bloco de Esquerda.

Miguel Sousa Tavares

© Global Imagens

João Oliveira
17/04/2017 21:08 ‧ 17/04/2017 por João Oliveira

Política

Reformas

Plano Nacional de Reformas e Plano de Estabilidade foram hoje discutidos entre o Presidente da República e três dos partidos com assento parlamentar: o Partido Socialista, que apresentou os documentos, o PSD, que os criticou, e o Bloco de Esquerda, que (em parte) os aceitou.

Sucintamente, em ambos os documentos está prevista uma retoma da economia e dos rendimentos através da redução das despesas do Estado, medidas essas que, no ver de Miguel Sousa Tavares, “são medidas que o anterior Governo prometeu e não cumpriu”, nomeadamente “reduzir o défice por via do corte da despesa pública e não pelo aumento da carga fiscal”.

Na SIC, o comentador disse “apoiar” e considerar “certas” as propostas do Governo. No entanto, acrescenta, sendo “claro” o “corte no investimento público”, esse mesmo corte poderá ser compensado caso o Governo “corte nas suas despesas”, o que irá “permitir o aumento do investimento privado” porque, “se o Governo conseguir o défice baixando a despesa, vai ter margem para um certo alívio fiscal. Isso deixa as empresas e os particulares com maior capacidade de gastarem dinheiro e investir”.

Sobre a avaliação de Passos Coelho a ambos os documentos, que disse serem as medidas que tinha planeado aplicar na segunda legislatura, depois de tirar o país da bancarrota no seu primeiro mandato, Sousa Tavares diz não acreditar nessas palavras.

“[PSD e CDS] Fizeram exatamente o contrário, e então, da bancarrota financeira, o anterior Governo acrescentou a bancarrota económica do país. Criou 400 mil novos desempregados, emigração, empresas falidas, etc. Justamente porque, em vez de cortar na despesa do Estado, preferiu cortar na economia”, explicou.

É por isso que o escritor afirma que “Mário Centeno tem demonstrado que, de facto, havia alternativa”, tendo suscitado um fator “curioso”: “É que mesmo os partidos da Esquerda estão numa posição em que discordam, mas não avançam, enquanto que à Direita, Pedro Passos Coelho anunciou que vinha o Diabo e ele não veio”.

“A mais importante consequência política do que está a acontecer na frente económica é que a relação de forças dentro da ‘coligação’ que governa alterou-se de um ano para o outro: no ano passado era António Costa que estava nas mãos do Bloco e do PCP e hoje é o Bloco e o PCP que não querem, de forma alguma, provocar eleições porque sabem que o PS tinha a maioria absoluta”, rematou.

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