"Claramente esta descida é insuficiente, não resolve absolutamente nada na vida das pessoas", afirmou a líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em reação à proposta do Governo, aprovada na quarta-feira em Conselho de Ministros, que prevê uma redução adicional no IRS de 500 milhões de euros, com descidas entre 0,4 e 0,6 pontos percentuais entre o primeiro e oitavo escalões.
A líder parlamentar da IL salientou que, com a proposta do Governo, uma pessoa que recebe 1.200 euros por mês ficaria a ganhar apenas mais quatro euros, o que, considerou, "não satisfaz obviamente as pessoas" perante o aumento do custo de vida e os preços da habitação.
"No caso de um casal com dois filhos, em que cada um ganha 1.500 euros, a descida é de 11 euros por mês, o que significa que cada um é aliviado em 5,5 euros. Um casal com dois filhos... Portanto, isto é claramente insuficiente", reforçou.
Mariana Leitão frisou que a proposta da IL sobre esta matéria é "muito mais ambiciosa", referindo que uma pessoa que uma pessoa que ganhe 1.200 euros teria uma descida de 76 euros mensais, "o que já é uma diferença substantiva na sua capacidade para fazer face às despesas".
"Era isto que era exigido do Governo: esta capacidade de parar de penalizar as pessoas pelo seu trabalho e aliviá-las. Quando as descidas são tão insignificantes como esta, e têm tão pouco impacto na vida das pessoas, não deixa de ser apenas mais uma manobra para poder anunciar que baixaram os impostos", criticou.
Questionada se a IL tenciona assim votar contra esta proposta, Mariana Leitão não quis anunciar desde já um sentido de voto, afirmando que quer vê-la pormenor e aferir se "há disponibilidade para haver alguns acertos".
"Temos de ver se há margem para conseguirmos ir um pouco mais além, porque claramente esta proposta é insuficiente", disse.
Nestas declarações aos jornalistas, Mariana Leitão foi questionada sobre a data que a IL considera melhor para a realização de eleições autárquicas, após um encontro esta manhã, na Assembleia da República, com o Governo sobre esta matéria.
A líder parlamentar da IL disse que o partido defende a realização das autárquicas em 28 de setembro, data também defendida pelo PS, ao contrário de PSD, Chega, PCP e Livre, que pedem que seja em 12 de outubro.
Para Mariana Leitão, o dia 28 de setembro parece a data mais indicada porque "é mais distante da data da apresentação do Orçamento do Estado", ao contrário do dia 12, em que a proposta orçamental do Governo já teria sido entregue na Assembleia da República.
"O parlamento, e o país, já estará focado nisso e, portanto, o 28 de setembro parecia-nos muito mais avisado, até porque também uma distância maior em relação às eleições presidenciais", disse.
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