Será talvez o mais holandês de todos os portugueses. E esta quarta-feira, dia de eleições na Holanda, vai votar no polémico Geert Wilders.
Falamos de Rentes de Carvalho, escritor português que há 60 anos vive na Holanda e que, no último domingo, assumiu numa publicação no seu blogue a sua opção pelo líder político populista holandês.
Geert Wilders tem vindo a ganhar destaque nos últimos anos no seio da política holandesa, nomeadamente por algumas das suas declarações sobre o Islão e imigração.
Explica Rentes de Carvalho que o seu é um voto de protesto, um que tem surpreendido por estes dias quem o tem entrevistado na Holanda. E que na base do seu protesto está a esperança de que Wilders seja “um contrapeso a vinte e tal anos de governos tão politicamente correctos”.
“Partilho a sua ideia de deportar os marroquinos que, na Holanda, encabeçam as estatísticas da criminalidade; que a Holanda teria vantagem em se separar da EU (o que não acontecerá); que se deveriam ter fechado as fronteiras (o que está provado ser impossível ); que os idosos, os pobres e os deficientes não recebem os cuidados a que têm direito; que mesmo um país rico e bem organizado não tem capacidade para absorver a vaga de refugiados”, escreve Rentes de Carvalho no blogue Tempo Contado.
“Discordo de Wilders pela irrealidade das suas intenções, pelo seu autoritarismo, pela nada democrática prática de ter um partido em que se pode votar, mas não aceita filiados”, escreve ainda Rentes de Carvalho. “Mas dando-lhe o meu voto - o meu protesto - espero contribuir para que, alcançando um bom resultado eleitoral, ele tenha em mãos a possibilidade de fazer uma oposição construtiva”, acrescenta.
A posição de Rentes de Carvalho tem recolhido algumas críticas em Portugal. O socialista Porfírio Silva reagiu ao assunto no Facebook.
Tal como o antigo militante do Bloco de Esquerda, o jornalista Daniel Oliveira.