António Vitorino e Pedro Santana Lopes discutiram a posição do governador do Banco de Portugal após a reportagem da SIC ‘Assalto ao Castelo’, onde foi provado que o regulador financeiro teve acesso a questões sobre o BES e não agiu.
Na opinião do socialista, “a primeira consequência já está sobre a mesa, o próprio governador achou que, em resposta ao que tinha sido afirmado na reportagem, pretendia prestar esclarecimentos à Assembleia da República”.
Contudo, Vitorino acredita que o cargo de Carlos Costa não está em causa e que o governador não vai ser substituído. Por outro lado, também garantir não saber o que o PS vai fazer em relação a este caso. “
“Não sei o que o PS vai fazer, nem me atrevo a adivinhar. O que sei é que o primeiro-ministro disse que o governador era inamovível e que há uma preocupação do Presidente da República de impedir que haja uma crise na autoridade reguladora”, explicou.
A opinião de Pedro Santana Lopes é idêntica e o social-democrata chega mesmo a concordar quando Vitorino diz que a supervisão deve ser revista.
“É uma história com anos e o que me fez mais impressão foi de frase do governador em que disse que não teria os meios na altura para poderes para intervir. Se o governador de um banco central não tem poderes para intervir, então para que serve a supervisão?”, questiona.
Quanto à possibilidade da saída do governador do Banco de Portugal, Santana Lopes frisou ainda que “tudo isto pode ter ou não ter consequência na substituição de pessoas”. “Agora que dá muitíssimo que pensar sobre a situação de Portugal, sendo aquilo verdade, é uma tristeza profunda saber que o nosso país tem vivido uma situação como esta”, concluiu.