No texto que assina no site Esquerda.net, Luís Fazenda dedica os parágrafos ao primeiro ano de pelo menos quatro da presidência Marcelo, tempo esse que, diz, não é suficiente para balanço do cargo e do encargo”, mas que “dá para para perceber o essencial da linha e objetivos” do sucessor de Cavaco.
Sobre o lado pessoal, o bloquista poucas avaliações quer fazer, resumindo-se apenas à constatação de alguns factos: “Ninguém pede coerência ao Presidente, já se banalizou a ideia de que já pensou tudo e o seu contrário sobre qualquer coisa. Ninguém pede contenção ao Presidente, já toda a gente se habituou ao verbo torrencial. O ritmo frenético dá parangonas de pop star. O tu cá tu lá precede umas selfies, Marcelo o selfie made man. O Presidente impa e desfere afetos. Quem não adora mitos ambulantes, entre o gracejo e a graça?”, questiona.
No entanto, sobre aquilo que interessa, nomeadamente a sua atuação política, Fazenda realça o papel de Marcelo enquanto “um fator de neutralização de qualquer reivindicação junto à NATO, UE, FMI,etc, prevenindo o Governo para qualquer tentação de renegociar a dívida pública ou de alterar regras económicas no quadro europeu”.
E essa atividade, acrescenta, em nada desagrada o Governo, que vive “feliz com a coabitação” e “assume essa cumplicidade em áreas como o sistema financeiro, banco a banco, fiscalização de riqueza, ou acordos sociais à moda do patronato, entre outras”.
“Na essência, o Presidente das piadas, não nos acha piada nenhuma e é adverso a qualquer solução de um futuro governo de esquerda. Aliás, dirigiu-se esta terça-feira ao Bloco de Esquerda, em termos que não lhe competem, exigindo que não cause impasses ao Governo e a "ele", pois claro”, remata ainda, em jeito crítico.