O último domingo, em Lisboa, ficou marcado por uma manifestação que apelava a alterações na política de imigração e que ocorreu na mesma altura em que vários elementos ligados ao PNR se concentraram na mesma zona.
Ao final da tarde, alguns dos elementos do PNR concentraram-se junto à sede do Partido Livre, na Praça Olegário Mariano, em Lisboa, onde estava agendada uma sessão pública de debate sobre ‘Como combater o trumpismo - notas e lições sobre a campanha nos EUA’. O momento foi tenso.
Rui Tavares, líder do partido, recordou o momento no Facebook, deixando palavras de elogio à PSP e um “obrigado camaradas” aos elementos do Bloco de Esquerda que ali apareceram para saber se estava tudo bem. “Foi um gesto solidário que nos sensibilizou bastante”, escreveu.
Conta o historiador e comentador político que a sessão de debate já decorria quando a PSP “apareceu para nos avisar de que um grupo de militantes do PNR iria tentar uma ação contra o "debate e o partido”.
“Alguns deles conseguiram entrar na escada do prédio onde está a sede, ao passo que cerca de uma vintena ficou na rua em frente ao edifício em postura de intimidação”, recorda Rui Tavares, contando ainda que “outros fotografaram os membros e apoiantes que estavam na varanda da sede, sabe-se lá para quê. Não chegaram a conseguir entrar e não houve contacto direto”.
“Enquanto os elementos do PNR batiam na porta, o debate continuou e os valores da liberdade, da solidariedade e do cosmopolitismo continuaram a ser defendidos na prática por quem ali se encontrava”, escreve ainda o ex-eurodeputado, que diz mesmo que se os elementos do PNR queriam “ser uma interrupção, acabaram sendo uma ilustração”.
Segundo a organização, a manifestação terá juntado cerca de duas mil pessoas, na sua maioria imigrantes que apelaram a alterações legislativas. As autoridades detiveram ainda um elemento do PNR, partido contra a imigração, que acabou por ser identificado e libertado mais tarde.
